SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em um cenário de aumento da concorrência no setor bancário com o crescimento das fintechs, conseguirão sobressair aquelas empresas que melhor se adaptarem ao novo ambiente, diz Roberto Setubal, co-presidente do conselho de administração do Itaú.
"O [Charles] Darwin, quando fez a teoria da evolução, ele não disse que o mais forte é quem sobrevive, é quem mais sabe se adaptar a cada momento", afirmou, durante evento realizado pelo banco nesta quinta-feira (15).
O executivo destacou que o mercado financeiro está passando por uma grande transformação trazida pelo avanço da tecnologia, e que o banco tem acompanhado de perto os desafios e as oportunidades que vêm na esteira do novo cenário.
"A gente tem olhado a fundo essa nova concorrência, para que possamos também evoluir", afirmou Setubal. "Estamos no caminho correto, na direção correta. Vejo o Itaú Unibanco sobressaindo em relação à nossa concorrência tradicional."
Pedro Moreira Salles, também co-presidente do conselho do Itaú, acrescentou que, frente à busca por ganhos de eficiência, cerca de 50% das operações do banco já estão na nuvem.
"Como não irá tudo [para a nuvem], 70% do caminho da modernização já está feito. Isso nos dá uma enorme agilidade, e uma capacidade de resposta e de competir muito maior", afirmou Salles.
A transformação digital, disse o executivo, explica boa parte da capacidade do banco de se destacar em relação aos pares.
No primeiro trimestre, o Itaú reportou lucro de R$ 8,4 bilhões, crescimento de 14,6% em bases anuais e o maior resultado na comparação com os concorrentes privados.
"Se você é o incumbente, líder do mercado, você é o alvo, e todo mundo que entra joga pedra no que é grande. Você vai ficando com aquela cara de que representa o passado e não o futuro, o que não é verdade", afirmou Salles.
Setubal reconheceu ainda que, há cerca de 2 a 3 anos, estava "muito mais preocupado" com o ambiente competitivo, por ter a consciência de que o mercado estava em transformação, mas sem que houvesse à época uma clara estratégia traçada pelo banco para enfrentar os desafios que se desenhavam à frente. "Já passamos o rubicão, já estamos do outro lado, já sabemos o que fazer e não tenho dúvida nenhuma que vamos chegar lá e rápido", disse o executivo.
"Estamos entrando em uma nova etapa de transformação tecnológica, que é a inteligência artificial. E eu acho que estamos bastante bem preparados, com bastante vontade, de abraçar essa nova oportunidade", acrescentou Setubal.
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