SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Morto nesta sexta-feira (16), aos 92 anos, o analista militar norte-americano Daniel Ellsberg tornou-se conhecido por vazar os "Papéis do Pentágono", documentos confidenciais, revelando as mentiras do governo dos Estados Unidos sobre a Guerra do Vietnã.
Na juventude, Ellsberg recebeu uma bolsa para estudar em Harvard, em 1948. Obteve três formações, serviu no Corpo de Fuzileiros Navais e trabalhou no Pentágono e na Rand Corporation, um influente "think tank" de pesquisa política.
Ele formulou um experimento que ficou conhecido como "paradoxo de Ellsberg". Em síntese, em um dos cenários cem bolas são colocadas em duas urnas (A e B). Na urna A, são postas 50 bolas vermelhas e 50 bolas pretas. Na B, também há cem unidades, mas em proporção desconhecida.
Ao participante são oferecidas opções como ganhar uma recompensa de US$ 100 (R$ 482) se a bola vermelha for sorteada da urna A, se uma bola preta for retirada da urna A, se uma bola vermelha for retirada da urna B ou se uma bola preta for retirada da urna B.
Normalmente, os participantes optavam pelas apostas que envolviam a urna em que sabiam a quantidade de bolas vermelhas e pretas, independentemente da cor das bolas escolhidas.
A interpretação era que a escolha se dava por uma aversão à ambiguidade ou incerteza. As pessoas tendem a evitar situações em que não conseguem mensurar a probabilidade de atingir um determinado resultado.
Publicado em 1961, na revista de pesquisa econômica The Quarterly Journal of Economics, o artigo de Ellsberg propõe que as pessoas preferem tão apaixonadamente uma informação definida em vez da ambiguidade, que fazem escolhas que não são consistentes com as leis da probabilidade.
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