SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar aprofundou suas perdas e caiu 0,20% nesta segunda-feira (26), renovando seu menor patamar do ano ao fechar o dia cotado a R$ 4,767. O desempenho da moeda americana ante o real vem sendo afetado pelo diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos e pelas projeções otimistas para a economia brasileira, reforçadas pela diminuição das expectativas de inflação no boletim Focus desta semana.
A Bolsa brasileira também registrou queda, ainda impactada por um movimento de realização de lucros, ou seja, quando investidores vendem ações que tiveram forte valorização para efetivar os ganhos, após as altas sucessivas registradas no início do mês. O cenário externo de aversão ao risco também pressiona ativos locais.
Com isso, o Ibovespa recuou 0,61% nesta segunda, a 118.242 pontos.
Nesta segunda, o boletim Focus, do Banco Central, mostrou que analistas reduziram suas projeções para a inflação brasileira neste ano. Agora, as expectativas compiladas pela pesquisa apontam alta de 5,06% do IPCA em 2023, ante taxa de 5,12% estimada antes, na sexta semana seguida de declínio. Para 2024, a conta caiu pelo quarto boletim consecutivo, a 3,98%, de 4,00% antes.
O prognóstico de inflação para 2025 foi mantido em 3,80%, enquanto o de 2026 caiu pela terceira semana seguida, a 3,72%, contra 3,80% na sondagem anterior.
Para a Selic, a previsão continua sendo de um primeiro corte em agosto, na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), e que a taxa termine o ano em 12,25%.
Na semana passada, o Copom decidiu manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano e não sinalizou uma possível redução em sua próxima decisão, o que frustrou o mercado. Mesmo assim, as projeções de analistas foram mantidas.
O IBGE deve divulgar na terça (27) o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15) de junho, que vai oferecer novos dados sobre a dinâmica da inflação brasileira e deve apoiar as projeções de baixa na alta dos preços nos próximos meses.
Na semana, ainda estão previstas a divulgação da ata da última reunião do Copom, também na terça, e a reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional), na quinta (29), que também estão no radar dos investidores.
Apesar da melhora nas projeções, a Bolsa brasileira ainda registra queda nesta segunda, impactada tanto pela realização lucros quanto por um movimento de aversão ao risco mundial, desencadeado por declarações do presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), Jerome Powell, sobre possíveis aumentos de juros neste ano.
O sentimento foi reforçado pelo Banco da Inglaterra, que promoveu na semana passada um aumento de 0,50 ponto percentual em sua taxa de juros, o que surpreendeu o mercado. As notícias derrubaram Bolsas e seguem afetando ativos de risco pelo mundo.
A maior queda da Bolsa brasileira foi da Locaweb, que registrou forte valorização em pregões recentes e sofreu um corte de recomendação de compra pelo JPMorgan. A empresa recuou 9,58% nesta segunda.
Pressionaram o Ibovespa, ainda, quedas de Bradesco (0,48%) e PetroRio (3,06%), que ficaram entre as mais negociadas da sessão.
Na outra ponta, atenuaram a queda do índice as ações da Petrobras, que subiram 2,25% em dia de alta do petróleo no exterior. A petroleira também foi apoiada por um reforço de recomendação de compra da XP.
Nos Estados Unidos, os principais índices acionários também registraram quedas. O S&P 500 e o Nasdaq recuaram 0,45% e 1,16%, respectivamente, enquanto o Dow Jones terminou o dia estável.
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