SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O governo Lula pretende lançar um novo PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) no final de julho ou começo de agosto, mas que será diferente do anterior, disse Simone Tebet, ministra do Planejamento.
"O governo está para anunciar novas medidas. Uma delas é um novo PAC, que não vai ser um PAC, será uma política de investimentos, não só de investimentos públicos, mas também de parceria com a iniciativa privada", disse Tebet, durante participação por vídeo no evento Gzero Summit Latam 2023, organizado pela consultoria Eurasia Group em Sâo Paulo.
"Teremos o anúncio até o final de julho, início de agosto, talvez antes, a depender da agenda do presidente, anunciando investimentos robustos dentro das possibilidades das finanças públicas. Nós temos um teto de gastos que vale até o final do ano, então temos dificuldade em relação a isso", prosseguiu Tebet.
A ministra disse que o pacote incluirá ações que já foram anunciadas. "Muita coisa já está aí e só vamos envelopar, fazer a junção de tudo". Como exemplos, ela citou concessões de leilões de ferrovias, rodovias e portos que já foram anunciados este ano.
"O governo federal sabe que o Brasil só vai voltar a crescer se tiver investimento público e privado em parceria", afirmou.
No evento, Tebet falou brevemente sobre a reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional) que debaterá as metas de inflação para os próximos anos, e enfatizou que o encontro não deve trazer mudanças de curto prazo.
"O Brasil precisa de previsibilidade, credibilidade e segurança jurídica. Não estamos discutindo 2024. Não se fala em alteração de meta de inflação. Estamos discutindo 2025 e 2026", afirmou.
Tebet disse ainda ver que o cenário é favorável para a queda dos juros, pois os índices de inflação vem caindo, e defendeu a reforma tributária como uma "bala de prata" que fará o país recuperar o crescimento.
No entanto, a ministra diz estimar que a reforma ainda deve demorar para ser aprovada. Ela estima que a proposta obtenha o aval da Câmara antes do recesso parlamentar ou até o começo do agosto, e que depois haja meses de debate no Senado.
"Não acredito em reforma aprovada antes de novembro. O Senado é a casa da reflexão e da busca de soluções para conflitos", disse.
Para ela, os dois principais pontos de debate sobre a reforma são a tributação sobre o setor de serviços e como compensar estados que podem ter perda de arrecadação com as novas regras.
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