SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Startups brasileiras que empregam IA em serviços e receberam aporte em 2023 e outros destaques do mercado nesta segunda-feira (3).
**STARTUPS**
A startup: Intellya. Aporte de R$ 7,5 milhões, que a avaliou em R$ 25 milhões.
- Que problema resolve: faz varreduras em ambientes na internet para identificar vazamentos e ameaças cibernéticas às empresas.
- Para que usa a IA: identificar falsos positivos nas varreduras. A ferramenta é considerada pela startup como seu diferencial por tornar mais efetiva a resposta das empresas às ameaças.
A startup: Assis. Captou R$ 27,5 milhões em sua primeira rodada de investimentos.
- Que problema resolve: é uma espécie de assistente virtual aos trabalhadores autônomos, com um software que auxilia no processo de vendas, incluindo o primeiro contato com o cliente até o dinheiro cair na conta.
- Para que usa a IA: uma versão do produto inclui a integração ao ChatGPT, que automatiza o atendimento e ajuda a lembrar o empreendedor das tarefas, de enviar um orçamento e de realizar cobranças.
A startup: Hartb. Recebeu um investimento de R$ 30 milhões do cantor e compositor Orlando Morais, segundo o colunista Lauro Jardim, de O Globo. O aporte avaliou a empresa em R$ 150 milhões.
- Que problema resolve: fornece produtos e serviços de análise de dados para empresas.
- Para que usa a IA: em todo o processo de análise de dados, para identificar tendências e ajudar as empresas a captar padrões de consumo e outras informações dos clientes.
A startup: Diferente. Anunciou uma extensão de R$ 16 milhões de uma rodada seed, que totalizou R$ 40 milhões.
- Que problema resolve: um plano de assinatura de alimentos orgânicos que investe na parceria com pequenos produtores regionais para "resgatar" frutas e verduras consideradas fora do padrão pelas grandes varejistas.
- Para que usa a IA: desenvolveu a PitaIA, ferramenta que sugere aos clientes receitas para fazer com os itens recebidos na cesta. A tecnologia também ajuda na montagem das caixas de acordo com as preferências e restrições alimentares dos assinantes.
Outras startups que trabalham com IA para ficar de olho:
NeuralMind (motor de buscas para encontrar trechos específicos de documentos e imagens das empresas), Proa.AI (robôs de atendimento e automatização de processo), Fu2re (reconhecimento e interpretação de imagens convencionais, termográficas e vídeos).
**TESTE DOS CHATBOTS**
ChatGPT (OpenAI), Bing (Microsoft), ou Bard (Google), qual chatbot é o mais completo?
Nos testes feitos pelo jornal Folha de S.Paulo, a IA de texto do Google teve desempenho melhor em atualidade das informações, raciocínio e consistência, mas tropeçou no tema privacidade.
SIM, MAS...
A plataforma não está disponível no Brasil e, apesar de entender português, por enquanto só recebe comandos em inglês, coreano e japonês.
Isso deu vantagem ao Bard, já que os modelos de linguagem, em geral, respondem melhor a pedidos em inglês, por causa dos dados usados durante o treinamento. Para o teste, a Folha de S.Paulo usou uma VPN e suas respostas foram traduzidas para o português.
VAMOS AOS TESTES
- Defasagem
A Folha de S.Paulo questionou as três IAs sobre quem é o líder do Campeonato Brasileiro deste ano para testar a defasagem de suas bases de dados. Enquanto o Bard respondeu corretamente, o ChatGPT, cuja base de dados é de 2021, e o Bing, que tem acesso à internet, erram.
- Conhecimento
A Folha de S.Paulo entregou aos bots uma questão de matemática do Enem de 2022 sobre probabilidade.
O ChatGPT não chegou a nenhuma das respostas elencadas pela prova. O Bing deu uma resposta errada por entender o enunciado de maneira errônea. O Bard acertou e entregou duas possíveis soluções.
- Consistência
A Folha de S.Paulo testou os três chatbots em relação às suas próprias regras ao fazê-los avaliar os mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-presidente Jair Bolsonaro.
- Privacidade
A Folha de S.Paulo comparou a forma como os três chatbots lidam com os dados pessoais de seus usuários.
**CLONES DIGITAIS AINDA ESTRANHAM, MAS NÃO POR MUITO TEMPO**
A evolução de ferramentas ligadas à geração de conteúdo por IA é tão rápida quanto surpreendente ?e amedrontadora.
Se no começo do ano ficamos impressionados com as respostas do ChatGPT, em pouco tempo (meses, não anos), o que causará espanto serão os clones digitais.
ENTENDA
Com alguns minutos de áudio e vídeo, já é possível criar uma réplica de uma pessoa para ler qualquer conteúdo em diversos idiomas.
Por enquanto, ainda é fácil de perceber que é uma manipulação. O repórter Raphael Hernandes, do jornal Folha de S.Paulo, testou as aplicações em português de dois dos principais serviços de clonagem digital.
Para o áudio, a plataforma utilizada foi a ElevenLabs, que permite imitar vozes em todos os seus planos pagos, a partir de US$ 5. Após menos de cinco minutos da gravação da voz original, a cópia é criada.
Para o vídeo, a escolha foi pela Elai, que cobra US$ 500 (R$ 2,5 mil) por ano. Para gerar o clone, é necessário ler um pequeno texto por três vezes, com imagem de boa resolução e uma tela verde de estúdio no fundo.
PARA QUE AS FERRAMENTAS SERVEM?
Segundo as empresas, os principais usos seriam para facilitar a criação de vídeos institucionais ?como um manual de uso para uma máquina?, ou para que um conteúdo original, como um filme ou podcast, possa ser dublado automaticamente em diversos idiomas.
SIM, MAS...
A facilidade no uso torna essas IAs também atraentes para golpes, ataques hackers e desinformação.
Um caso aconteceu em maio na China. Um golpista usou tecnologia de troca de rosto com IA para se passar por um amigo da vítima durante uma videochamada e receber uma transferência de 4,3 milhões de iuanes (US$ 622 mil, R$ 3 milhões), segundo a polícia local.
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