SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Bolsa brasileira registra forte queda no início da tarde desta quinta-feira (6) puxada pelo exterior, num ambiente de aversão ao risco com previsões de novas altas de juros nos Estados Unidos neste ano. A tramitação da reforma tributária no Congresso também está no radar dos investidores.

Já o dólar opera em alta novamente, apoiado justamente pela expectativa de aperto nos juros, que favoreceria a moeda americana.

Às 12h30, o Ibovespa caía 1,81%, a 117.383 pontos, enquanto o dólar tinha alta de 1,23%, a R$ 4,911.

Nesta quinta, dados mostraram que a criação de vagas de trabalho no setor privado dos Estados Unidos aumentou muito mais do que o esperado em junho, indicando que o mercado de trabalho continua forte apesar dos riscos crescentes de uma recessão.

O setor privado norte-americano abriu 497 mil vagas de emprego no mês passado, enquanto economistas consultados pela Reuters previam abertura de 228 mil postos no setor privado.

Os dados somam-se à ata da última reunião de política monetária do Fed, divulgada na véspera, que impulsionou as apostas num aumento de juros nos EUA. Agora, analistas consultados pela ferramenta FedWatch, do CME Group, veem 95% de chance de uma nova alta de juros na próxima reunião do Fed, marcada para este mês.

Com isso, os índices americanos tinham forte queda. O Dow Jones, o S&P 500 e o Nasdaq caíram 1,44%, 1,35% e 1,57%, respectivamente.

O mau desempenho dos mercados dos EUA impactava os ativos do Brasil, e o ambiente negativo era reforçado por preocupações sobre a reforma tributária no Congresso. A expectativa ainda é que o projeto seja votado na Câmara dos Deputados até sexta (7), mas há receios no mercado de que a falta de consenso sobre o texto cause mudanças significativas.

O relatório do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), relator da reforma tributária na Câmara foi lido na véspera em plenário e, entre as alterações, inclui proposta de criar uma cesta básica nacional de alimentos com alíquota zero.

Nesta quinta, porém, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) não ter dúvidas de que o Senado irá mexer no texto da reforma tributária a ser aprovado pela Casa.

Com isso, o Ibovespa operava em forte queda. Todas as ações mais negociadas da sessão tinham desempenho negativo, inclusive Petrobras e Vale, as maiores da Bolsa, que tombavam 2,65% e 0,96%, respectivamente.

Completavam a lista de papéis mais negociados as ações da Magazine Luiza, do Itaú e da B3, que tinham perdas de 7,62%, 0,99% e 3,12%, respectivamente.

Já os mercados de juros futuros registravam nova alta. Os contratos com vencimento em janeiro de 2024 saíam de 12,80% para 12,85%, enquanto os para 2025 iam de 10,76% para 10,87%.

No câmbio, o dólar permanecia estável ante outras moedas fortes. Juros mais altos nos EUA tendem a beneficiar a moeda globalmente ao tornar os retornos do mercado de renda fixa norte-americano mais atraentes.


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