SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A agência de classificação de risco Fitch elevou a nota de crédito do Brasil de BB- para BB, citando "desempenho macroeconômico e fiscal melhor que o esperado" do país, nesta quarta-feira (26).
A Fitch classificou o desempenho brasileiro como tendo "perspectiva estável". Com a elevação, a nota atual do Brasil está agora dois degraus abaixo do chamado grau de investimento, uma espécie de selo de país bom pagador. O Brasil perdeu esse status na agência em 2015.
Para a agência, o Brasil "conquistou progressos em reformas importantes para enfrentar desafios econômicos e fiscais". "A posição fiscal está se deteriorando em 2023 após uma melhora anterior, mas a Fitch espera que novas regras fiscais e medidas tributárias ancorem uma consolidação gradual", diz comunicado divulgado nesta quarta.
País superou "tensões" e Lula "conseguiu garantir a governabilidade e avançar em sua agenda política", na avaliação da Fitch. A agência afirma, no entanto, que espera "pragmatismo" e que os freios e contrapesos institucionais mais amplos impeçam desvios "radicais" nas frentes macro e micro nas políticas.
Ratings brasileiros estão apoiados em "economia grande e diversa". A Fitch cita ainda a renda per capita elevada no Brasil e um "grande colchão financeiro" como fatores positivos para dar suporte à "flexibilidade de financiamento" no país e à alta dívida em moeda local.
De acordo com o comunicado da agência, a nota do Brasil também se apoia na capacidade de absorver choques, ancorada em câmbio flexível, reservas internacionais "robustas" e uma posição de credor externo líquido soberano.
Por outro lado, a Fitch avalia que esses fatores são contidos pela alta dívida do governo, pela rigidez fiscal, pelo potencial de crescimento "fraco" e por métricas de governança "relativamente baixas".
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