RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A taxa de desemprego no Brasil recuou para 8% no segundo trimestre, informou nesta sexta-feira (28) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam 8,2%. A taxa estava em 8,8% no primeiro trimestre.

Com o novo resultado, o número de desempregados caiu para 8,6 milhões de abril a junho, disse o IBGE. O contingente era de 9,4 milhões nos três meses imediatamente anteriores.

Os dados integram a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). A Pnad investiga tanto o mercado de trabalho formal quanto o informal ?desde os empregos com carteira assinada e CNPJ até os populares bicos.

No trimestre móvel até maio, que integra outra série da pesquisa, a taxa de desemprego já marcava 8,3%. O número de desocupados estava em 8,9 milhões no mesmo período.

Nas estatísticas oficiais, a população desempregada é formada por pessoas de 14 anos ou mais que estão sem ocupação e que seguem à procura de vagas. Quem não tem emprego e não está buscando oportunidades não entra nesse número.

O desemprego havia subido no início de 2023, que marcou a largada do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O aumento no começo do ano, contudo, é esperado por analistas. A busca por vagas no primeiro trimestre costuma ser impulsionada pelo término dos contratos temporários de final de ano.

Depois da crise gerada pela pandemia, a abertura de empregos foi beneficiada no país pela vacinação contra a Covid-19 a partir de 2021. A imunização permitiu a volta da circulação de pessoas e a reabertura de empresas, intensificada em 2022.

Analistas ainda veem sinais de resiliência no mercado de trabalho, mas projetam uma espécie de acomodação na geração de vagas em 2023, após a retomada sobre uma base de comparação fragilizada.

Os dados divulgados nesta sexta ainda não sofreram impactos do Censo Demográfico 2022. A contagem da população é a base para a atualização das amostras utilizadas na Pnad.

O Censo contabilizou uma população de 203,1 milhões no Brasil até 31 de julho de 2022. O número ficou abaixo das projeções anteriores do IBGE. A estimativa da Pnad até julho do ano passado, por exemplo, era de 214,1 milhões de pessoas.

A diferença pode gerar revisões em indicadores de emprego e desemprego, segundo especialistas. Isso, porém, depende dos dados do Censo sobre a população por sexo e faixa etária, ainda não divulgados pelo IBGE. Os detalhamentos são necessários para a avaliação da amostra da Pnad.


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