SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar abriu em leve queda nesta segunda-feira (31), com as atenções dos investidores voltadas para a decisão de política monetária no Brasil, que será divulgada pelo Copom (Comitê de Política Monetária) na quarta (2). A expectativa é que o comitê inicie um ciclo de corte de juros nesta semana, mas apostas sobre a magnitude da primeira redução da Selic ainda estão em aberto.

No exterior, investidores repercutem dados de inflação e de crescimento econômico da zona do euro, que vieram melhores que o esperado e também podem reforçar projeções de fim do aperto monetário.

Às 9h10 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,19%, a R$ 4,7224 na venda. Na B3, às 9h10 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,31%, a R$ 4,7220.

Na sexta (28), o dólar fechou a sessão em queda de 0,56%, cotado a R$ 4,731, após a divulgação de dados de inflação melhores que o esperado nos Estados Unidos. Na mínima do dia, a divisa chegou a ser negociada a R$ 4,697.

No acumulado da semana, o dólar teve desvalorização de 1%, alcançando seus níveis mais baixos em mais de um ano. A queda foi puxada pela expectativa de fim da alta de juros nos EUA e pelo otimismo de investidores sobre a economia brasileira, especialmente após a agência de classificação de risco Fitch ter aumentado a nota de crédito soberano do Brasil, na quarta (26).

Já a Bolsa brasileira não conseguiu manter os fortes ganhos da semana e fechou praticamente estável aos 120.187 pontos. O Ibovespa chegou a registrar seu maior patamar desde agosto de 2021 após o aumento de nota da Fitch, mas quedas de Petrobras e Vale, as maiores da Bolsa, reverteram os ganhos do índice nos últimos dois pregões.

O Departamento de Comércio dos EUA divulgou na sexta que a inflação medida pelo PCE, índice acompanhado pelo Fed para tomada de decisão sobre juros, desacelerou a 3% no país nos 12 meses até junho, ante 3,8% em maio. Na comparação mensal, o índice subiu 0,2% no mês passado, contra 0,1% no anterior.

No Brasil, o mercado repercutiu dados de desemprego divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta, que vieram melhores que o esperado.

A taxa de desemprego no país recuou para 8% no segundo trimestre, atingindo o menor patamar para esse período em nove anos, desde 2014, quando o indicador marcava 6,9%. Conforme o IBGE, a queda da desocupação contou com o impulso da abertura de vagas de trabalho no setor público e de empregos informais, sem carteira assinada.

Com as notícias positivas no Brasil e no exterior, o Ibovespa teve leve alta de 0,16% nesta sexta, mas teve seus ganhos limitados por uma baixa de 3,96% nas ações da Vale. A mineradora divulgou queda de 78,2% no lucro líquido no segundo trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado, bem abaixo do esperado por analistas.

A Vale foi pressionada, ainda, pela queda do minério de ferro no exterior nesta sexta.

A maior queda do dia foi da Usiminas, que registrou perda de 5,07% após ter divulgado seu balanço do segundo trimestre com queda de 73% no lucro e também afetada pelo minério de ferro. Baixas de GPA (3,87%) e Assaí (2,59%) também pressionaram o Ibovespa.

Colaboraram para a alta do Ibovespa, no entanto, ganhos de Petrobras (1,19%) -que se recupera de fortes quedas recentes-, Itaú (1,49%) e Bradesco (0,97%), que ficaram entre as mais negociadas da sessão.

Nos mercados futuros, as curvas de juros registraram leve alta após quedas recentes. Os contratos com vencimento em janeiro de 2024 saíram de 12,60% para 12,61%, enquanto os para 2025 subiram de 10,61% para 10,64%.

Nos Estados Unidos, os principais índices acionários subiram, embalados pelo otimismo com a inflação. O S&P 500, o Dow Jones e o Nasdaq tiveram alta de 0,99%, 0,50% e 1,90%, respectivamente.


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