SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Bolsa brasileira operava em alta no início da tarde desta segunda-feira (31) com a expectativa do mercado sobe a próxima decisão sobre juros no Brasil, que será divulgada pelo Copom (Comitê de Política Monetária) na quarta (2), e apoiada por altas de Petrobras e Vale.

Já o dólar abriu em leve queda, mas passou a registrar alta no fim da manhã em sessão que promete ser volátil por ser a última do mês.

Às 13h25, o Ibovespa subia 1,41%, aos 121.889 pontos, enquanto o dólar avançava 0,27%, cotado a R$ 4,744.

Em meio à redução da inflação e com a aprovação de reformas no Congresso, a expectativa do mercado é que o Copom inicie um ciclo de cortes da Selic (taxa básica de juros) na quarta.

"Ibovespa se valorizando com investidores de olho no corte da taxa de juros, com apostas entre 0,25 ponto percentual e 0,50 ponto", afirmou Régis Chinchila, da Terra Investimentos. "Juros mais baixos ajudarão empresas com redução de custos e inadimplência, além de iniciar um ciclo novo e com expectativa de retomada da economia brasileira", acrescentou ele.

Nesta segunda, o relatório Focus, do Banco Central (BC), mostrou que o mercado projeta uma redução de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros nesta semana, levando a Selic dos atuais 13,75% para 13,50%.

Em pesquisa da Reuters, a maioria dos economistas consultados também espera que o BC corte os juros básicos em 0,25 ponto percentual nesta semana. Já operadores do mercado financeiro se mostravam mais divididos, embutindo probabilidade de cerca de 53% de uma redução de meio ponto, com 47% de chance de um ajuste mais brando.

Com isso, o Ibovespa registrava uma sessão positiva e chegou a ultrapassar os 122 mil pontos na máxima do dia.

O desempenho da Bolsa brasileira é impulsionado principalmente pela Petrobras, que registrava altas de 3,83% em suas ações preferenciais e 4,89% nas ordinárias. A companhia divulgou na sexta sua nova política de dividendos, que foi bem recebida pelo mercado.

Isso porque, apesar de as novas regras promoverem uma redução no valor a ser distribuído para acionistas, a avaliação é de que a política não traz grandes mudanças e aproxima a empresa de concorrentes internacionais

Apoiam a Bolsa, ainda, altas de Vale (2,70%), Magalu (3,78%) e Hapvida (3,89%).

Nos mercados futuros, as curvas de juros registravam queda, embaladas pela expectativa sobre a Selic nesta semana. Os contratos para janeiro de 2024 iam de 12,62% para 12,58%, enquanto os para 2025 saíam de 10,64% para 10,60%, dando fôlego ao Ibovespa.

Além da decisão de política monetária, o retorno das atividades do Congresso também marcará a semana, com agentes financeiros de olho nas tramitações de pautas como o arcabouço fiscal e a reforma tributária.

No câmbio, o dólar também é pressionado pelas expectativas sobre juros no Brasil, mas o fechamento da taxa Ptax, no fim deste mês, trazia instabilidade às operações.

A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central que serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la para níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas ou vendidas em dólar.

No exterior, o índice do dólar contra uma cesta de pares fortes rondava a estabilidade.

Nos Estados Unidos, os principais índices acionários registravam leves altas, mas rondavam a estabilidade, em meio a sinais de redução da inflação e de uma economia resiliente nos Estados Unidos, somados ainda às expectativas de que o Federal Reserve já tenha encerrado seu ciclo de aperto monetário.


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