SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar abriu em queda nesta quarta-feira (16), enquanto o mercado aguarda a divulgação da ata da última reunião do Fomc (o Copom dos EUA), que vai fornecer detalhes sobre a decisão do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) de aumentar os juros americanos em 0,25 ponto percentual em julho.

A moeda americana também recuava ante boa parte das demais divisas no exterior, em meio a notícias de que a China atuará para impulsionar o crescimento econômico do país, o que reduziu preocupações sobre a desaceleração das atividades que vinha contaminando os negócios nos últimos dias.

Às 9h30, o dólar caía 0,16%, cotado a R$ 4,978.

"O grande evento do dia será a ata do Fomc. O mercado deve olhar para o documento procurando pistas sobre quais as reais chances de um novo aumento de juros pelo Fed, e o quão distante estamos de um corte", disse a equipe da Guide Investimentos nesta manhã.

A atual aposta do mercado é que o ciclo de alta de juros nos Estados Unidos já chegou ao fim, com a maioria dos operados apostando num corte das taxas já no início de 2024. Por enquanto, o Fed deve manter os juros americanos inalterados.

Na terça (15), a Bolsa brasileira registrou seu 11º pregão seguido de queda pressionada por baixas de Vale e Eletrobras. O Ibovespa recuou 0,54% nesta terça-feira (15), encerrando a sessão aos 116.171 pontos.

Já o dólar subiu no Brasil e no exterior, ainda apoiado pela desaceleração da economia chinesa, e fechou o dia cotado a R$ 4,986, numa alta de 0,43%.

As negociações desta terça foram contaminadas por dados econômicos divulgados pela China, que vieram piores do que o esperado. As vendas do setor de varejo no país em julho subiram 2,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto economistas ouvidos pela Reuters esperavam elevação de 4,5%. Já a produção industrial chinesa teve alta de 3,7%, ante projeção de 4,4%.

Após os dados de produção industrial, a China decidiu cortar as taxas de juros do país para estimular a economia. Alguns analistas afirmam, no entanto, que será necessário mais suporte, e a pressão por novos estímulos do governo ganha mais força.

Nos Estados Unidos, por sua vez, as vendas ao varejo no mês passado tiveram desempenho mais forte dos que as projeções, mas o aumento de força do setor de varejo alimentou apostas no mercado de que o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) pode manter as taxas de juros do país em níveis altos por mais tempo.

Com isso, os principais índices acionários americanos caíram: o S&P 500, o Dow Jones e o Nasdaq recuaram 1,16%, 1,02% e 1,14%, respectivamente.

Nesse cenário, o dólar teve mais um dia de alta ante moedas de países emergentes e exportadores de commodities. Em comparação a outras moedas fortes, a divisa americana manteve-se estável.

Na Bolsa brasileira, a Vale seguiu fazendo pressão nos negócios e registrou queda de 1,26% em meio aos temores sobre a China, mesmo em dia de alta do minério de ferro no exterior.

A Eletrobras também foi uma das principais baixas, com queda de 3,54% após seu presidente, Wilson Ferreira Junior, ter renunciado ao cargo na noite de segunda (14). Em comunicado ao mercado, a companhia informou que o conselho de administração elegeu Ivan de Souza Monteiro como novo CEO, mas não explicou ou motivos da saída repentina do antecessor.

A maior queda, no entanto, foi da Gol, que afundou 12,50% após sofrer um corte de recomendação de compra pelo Citi. A Azul aparece logo em seguida, com recuo de 6,59%, e baixas de Petz (4,66%), CVC (3,44%) e Méliuz (3,75%) completam o ranking de maiores tombos do dia.

Na ponta positiva, as ações da Petrobras tiveram alta e atenuaram a queda do índice. Os papéis preferenciais da petroleira, que foram os mais negociados da sessão, subiram 0,52%% após a empresa ter anunciado alta nos preços da gasolina e do diesel.

A medida foi vista de forma positiva pelo mercado pois integrantes do setor apontavam que os valores praticados pela Petrobras estavam defasados em relação ao mercado internacional, em meio a uma alta das cotações do petróleo, o que causava temores sobre possíveis interferências na política de preços da companhia.

Nos mercados futuros, as curvas de juros registraram leves altas, impactadas tanto pelos dados de varejo da China quanto pelo aumento da percepção de que o Fed pode elevar os juros nos EUA. Os contratos para 2025 saíram de 10,45% para 10,50%, enquanto os para 2026 foram de 9,98% para 10,02%.


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