TAIPÉ, TAIWAN (FOLHAPRESS) - Doze governos locais da China poderão emitir títulos no valor de 1,5 trilhão de yuans, equivalentes a R$ 1 trilhão ou US$ 206 bilhões, para cobrir suas dívidas, noticiou a Caixin, principal publicação financeira do país, reproduzida pela Bloomberg.
São aqueles considerados mais endividados, como Tianjin. A divulgação do plano de Pequim coincidiu com uma reunião do banco central chinês e outros reguladores financeiros com representantes de bancos comerciais, Bolsas de Valores e da maior seguradora de vida do país.
A videoconferência, realizada na sexta-feira (18), foi divulgada apenas neste domingo (20) pelo Banco Popular da China, como é chamada a instituição. Foi comandada por Pan Gongsheng, que assumiu como presidente há menos de um mês.
Segundo o comunicado, reguladores e bancos deverão adotar uma estratégia "coordenada" para controlar as ameaças vinculadas às dívidas regionais, "fortalecer o monitoramento" e "evitar firmemente riscos sistêmicos".
O próprio líder Xi Jinping havia descrito o endividamento local, no início do ano, como "um dos maiores riscos econômicos e financeiros da China". Posteriormente, o governo acrescentou que ele seria enfrentado com uma sequência de medidas, não de uma só vez.
Em nota de análise distribuída neste sábado (19), antes da divulgação da reunião, o banco Goldman Sachs avaliou que "o risco de preocupações sistêmicas permanece baixo na China", apesar da volatilidade no mercado financeiro, que "pode exigir um esforço mais coordenado" de Pequim.
Além do esforço de articulação com os agentes econômicos para abordar as dívidas, o comunicado informa que houve também uma orientação para os bancos estatais ampliarem a oferta de crédito.
"As grandes instituições financeiras devem agir de forma proativa e desembolsar mais empréstimos, pois os bancos estatais continuam a servir de pilares", afirma o BC. "Eles precisam se concentrar em manter o crescimento dos empréstimos e aumentar a estabilidade do apoio financeiro à economia real."
O endividamento elevado e a recuperação considerada lenta do consumo, a ser estimulado agora por mais empréstimos, são considerados dois dos principais obstáculos para a retomada econômica pós-pandemia.
O BC tem concentrado os esforços para reagir à desaceleração, que se intensificou nos indicadores de julho. No início da semana, ele já havia reduzido parte das taxas de juros, e a expectativa é que volte a fazê-lo nesta segunda-feira, em reunião mensal.
Desta vez, segundo levantamento da Bloomberg junto a economistas, espera-se que sejam cortadas as taxas de um ano e de cinco anos, com impacto sobre os custos para o mercado imobiliário, que está paralisado, com incorporadoras em crise.
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