SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em meio às preocupações renovadas dos investidores com a saúde econômica da China, o CEO da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), Benjamin Steinbruch, afirmou que o gigante asiático deve seguir como um mercado demandante de matérias-primas exportadas pelo Brasil.
"A China é um mercado crescente", disse o executivo, durante participação em evento promovido pelo Santander nesta quarta-feira (23) em São Paulo.
Nas últimas semanas, o ambiente macroeconômico no país da Ásia voltou a causar preocupação entre os agentes financeiros, em meio a um processo de deflação e com receios relacionados à capacidade financeira do setor imobiliário da região.
O CEO da CSN reconheceu a dificuldade de fazer uma análise sobre o momento econômico da China à distância, mas assinalou que não acredita em uma recessão da economia chinesa.
"Somos otimistas por natureza. Para empreender no Brasil, obrigatoriamente tem que ser otimista", afirmou Steinbruch.
Ele acrescentou que a aprovação das reformas econômicas em andamento em Brasília contribui para melhorar o cenário econômico no país e disse que não ficaria surpreso se no último trimestre do ano começassem a voltar as operações de abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) na Bolsa de Valores. "Estou otimista com o Brasil."
O CEO da CSN disse ainda que, embora o BC (Banco Central) tenha iniciado o ciclo de corte da Selic, o nível de juros segue elevado e impacta negativamente as operações das empresas. "A gente precisa ter um juro mais compatível com a realidade do mundo", afirmou.
Na mesma linha, Rubens Menin, presidente do conselho da MRV, afirmou que a taxa de juros é o "maior inimigo" para o crescimento do setor imobiliário.
Menin disse que a manutenção dos juros altos ao longo dos últimos meses ainda vai cobrar seu preço no desempenho da economia por algum tempo, com uma série de projetos adiados e cancelados.
O executivo da MRV afirmou também que o ponto positivo é que, "por incrível que pareça", há maior lucidez por parte do Congresso nas discussões em torno das reformas econômicas. "A gente não pode perder essa batalha", disse Menin.
Segundo ele, a aprovação das reformas é importante para atrair o capital estrangeiro para investir no Brasil, em um momento no qual pares emergentes estão em uma situação menos favorável na competição pelo capital internacional.
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