SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar operava em alta no início das negociações desta segunda-feira (25) após notícias negativas sobre a economia chinesa, que reacenderam temores sobre a desaceleração do país.

Como pano de fundo, a agência de classificação de risco S&P reduziu sua previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) chinês para 2023 e 2024, considerando a fraqueza do setor imobiliário do país. Além disso, a incorporadora Evergrande, uma das maiores da China, disse estar impossibilitada de emitir novos títulos de dívida.

"Ativos de risco estão iniciando a semana em tom predominantemente negativo, com a intensificação da preocupação com a economia chinesa se juntando a piora de sentimento que acompanhou mais uma rodada de decisões de política monetária na última semana", afirma a equipe da Guide Investimentos.

Nesta semana, o mercado aguarda a divulgação de novos dados de inflação nos Estados Unidos, após uma sinalização do Federal Reserve, o banco central americano, sobre uma possível nova alta de juros nos EUA. No Brasil, há expectativa sobre a ata do Copom e o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15) de setembro.

Às 9h30, o dólar subia 0,27%, cotado a R$ 4,945.

Na sexta (22), a Bolsa brasileira terminou o dia em baixa de 0,11%, praticamente estável aos 116.008 pontos, e registrou seu pior desempenho semanal desde março, acumulando queda de 2,31% em meio a pessimismo sobre uma nova alta de juros nos EUA e frustração com o futuro da política monetária brasileira.

Já o dólar encerrou o dia em leve queda de 0,05%, mantendo-se estável a R$ 4,931. No acumulado da semana, no entanto, a moeda americana registra valorização de 1,25%, apoiada justamente pelas sinalizações de juros mais altos por mais tempo.

Na Bolsa brasileira, a Vale e a Petrobras foram os principais pontos de sustentação com altas de 0,97% e 0,77%, respectivamente.

O setor financeiro e as empresas de varejo, no entanto, pressionaram o índice e impediram um desempenho positivo no último pregão da semana.

O Bradesco e o Itaú, por exemplo, caíram 0,77% e 0,26%, respectivamente, e o índice do setor financeiro da B3 teve baixa de 0,44%.

Já o setor de varejo liderou as baixas do dia. Grupo Casas Bahia (8,11%) e Magazine Luiza (4,68%) tiveram os maiores tombos do pregão, e o Icon, índice de consumo da B3 despencou 7,69%.

Nos mercados futuros, as curvas apresentaram leve baixa nesta sexta, também num movimento de correção após disparos com o Fed e o Copom. Os contratos com vencimento em janeiro de 2025 saíram de 10,55% para 10,53%, enquanto os para 2027 foram de 10,51% para 10,50%.

No câmbio, o dólar acaba sendo favorecido por indicações de alta de juros justamente pelo aumento dos rendimentos da renda fixa nos Estados Unidos, que acabam atraindo recursos para o país.

Além disso, a expectativa no Brasil é de novas quedas de 0,50 ponto percentual da Selic nas próximas reuniões, o que pesa contra o real. Assim, um cenário de juros menores no Brasil e maiores nos EUA tende a desvalorizar a moeda brasileira.

No exterior, o dólar registrou alta, com o índice DXY, que mede o desempenho da moeda americana ante outros pares fortes, subindo 0,21%.


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