SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar registrava forte alta e operava acima dos R$ 5,20 na manhã desta sexta-feira (6) após a divulgação de dados de emprego nos Estados Unidos, que sinalizaram aquecimento do mercado de trabalho americano e aumentaram apostas de que o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) deve manter taxas de juros mais altas por mais tempo.
Relatório do Departamento do Trabalho dos EUA apontou que foram criados 336 mil empregos em setembro, número bem maior que a previsão de 170 mil vagas de economistas consultados pela Reuters.
Os dados de agosto, porém, foram revisados para cima, mostrando 227 mil empregos criados, em vez dos 187 mil informados anteriormente, atenuando do impacto dos números de setembro.
O relatório desta sexta era o mais aguardado pelo mercado nesta semana e é acompanhado de perto pelo Fed para suas decisões sobre juros.
"O payroll [relatório de emprego] deve reforçar a preocupação com austeridade do Fed, mas principalmente, consolidar a posição de que a autoridade não iniciará o ciclo de redução de juros em breve, o que apostamos deverá ocorrer apenas no final de 2024", afirma Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos.
Às 9h56, o dólar subia 0,88%, cotado a R$ 5,213. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a atingir R$ 5,22.
Na quinta (6), o dólar registrou alta de 0,30% e fechou a R$ 5,168, ainda beneficiado pelos rendimentos dos títulos do Tesouro americano, enquanto o mercado aguardava os dados de emprego divulgados nesta manhã.
As negociações desta quinta foram marcadas por incerteza de investidores, após dados econômicos dos EUA darem sinais mistos sobre o futuro da política de juros americanas.
De um lado, o Relatório Nacional de Emprego da ADP mostrou na quarta (4) que a criação de vagas no setor privado dos EUA ficou bem abaixo do esperado em setembro.
De outro, um relatório divulgado na terça (4) indicou que a abertura de vagas no país aumentou inesperadamente em agosto, sinalizando aquecimento. Além disso, o Departamento do Trabalho dos EUA informou que os pedidos de auxílio-desemprego nos EUA aumentaram em 2.000, menos que o esperado por economistas, o que também indica aperto no mercado de trabalho americano.
Já a Bolsa brasileira caiu 0,28% e terminou o dia aos 113.284 pontos, ainda operando em seus menores níveis desde junho. O Ibovespa foi pressionado pelas "small caps", empresas menores e mais sensíveis aos indicadores domésticos, em dia de alta dos juros futuros no Brasil --que, por sua vez, acompanharam os títulos americanos.
Hapvida, Magazine Luiza e MRV lideraram os tombos com recuos de 4,80%, 4,23% e 3,61%, respectivamente.
Na ponta positiva, altas de Vale, Petrobras e do setor financeiro apoiaram o índice e atenuaram as perdas da Bolsa.
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