SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A marca Pan (Produtos Alimentícios Nacionais) será leiloada nas próximas semanas e terá lance inicial de R$ 27 milhões.
Na quinta (19), a Justiça de São Paulo confirmou o resultado do leilão do complexo industrial da fábrica de chocolates em São Caetano do Sul (ABC Paulista). A Cacau Show arrematou o prédio e terreno de 10,4 mil metros quadrados no bairro Santa Paula, região nobre de São Caetano.
A data de início do leilão da marca ainda não está fechada, mas o pregão também será feito pela Positivo Leilões e os lances serão realizados virtualmente, no site da leiloeira (clique aqui para acessar).
O relatório de avaliação aprovado pela Justiça calcula que o faturamento da marca pode chegar a R$ 51 milhões em cinco anos. A marca Pan é considerada madura e consolidada e, por isso, segundo o laudo, poderia gerar royalties de licenciamento.
A Cacau Show está avaliando se participará do leilão da marca. Daniel Roque, vice-presidente da empresa, disse no início de outubro ao Diário do Grande ABC, antes da homologação do leilão, que a Cacau Show vai respeitar a história da Pan.
Os leilões da massa falida da Pan servem para levantar dinheiro para o pagamento de fornecedores e antigos funcionários. O passivo está estimado em R$ 260 milhões, dos quais R$ 12,3 milhões são dívidas trabalhistas.
A fábrica de chocolates pediu recuperação judicial em 2020. No início deste ano, ela apresentou o pedido de autofalência e, dias depois, a Justiça decretou a falência da companhia. Na época, tinha 52 funcionários. Entre as décadas de 1960 e 1980, chegou a ter mais de 200.
A Pan se notabilizou como a fábrica dos cigarrinhos de chocolate, depois transformados em lápis, e que traziam a imagem do garoto Paulo Pompeia, à época com 9 anos.
O cigarrinho de chocolate foi um dos primeiros produtos fabricados pela fábrica em São Caetano do Sul. As balas Paulistinha e barras de chocolate nas formas de quadrado, peixe e charuto são também do início da operação.
A produção industrial da Pan começou em 1936, um ano depois da fundação. Na década de 1970, ela atingiu a capacidade de produzir 7 toneladas de doces por dia e chegou a vender mais de 3.000 caixas de bombons por dia. A empresa foi líder em faturamento no mercado brasileiro até 1984.
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