SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Bolsa brasileira começou o dia em alta nesta quinta-feira (26), com investidores repercutindo a divulgação do IPCA-15 de outubro, que desacelerou em relação a setembro, e de dados econômicos dos Estados Unidos, incluindo o PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre, que veio acima do esperado.

Já o dólar alternava entre perdas e ganhos, enquanto o mercado aguarda a próxima decisão sobre juros do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), que ocorre na próxima semana, e acompanhando o avanço da agenda econômica no Congresso.

Às 10h35, o Ibovespa subia 0,69%, aos 113.613 pontos, enquanto o dólar permanecia estável a R$ 5,000.

A economia dos EUA apresentou o maior crescimento em quase dois anos no terceiro trimestre, conforme salários mais altos em um mercado de trabalho apertado ajudaram a impulsionar os gastos dos consumidores, desafiando novamente alertas sobre uma possível recessão que persistem desde 2022.

O PIB cresceu a uma taxa de 4,9% no terceiro trimestre, maior alta desde o quarto trimestre de 2021, informou o escritório de análises econômicas do Departamento de Comércio em sua estimativa preliminar para o período. Economistas consultados pela Reuters previam que o PIB cresceria a uma taxa de 4,3%.

"O crescimento do PIB americano é basicamente fundamentado na força da demanda do consumidor, que tem surpreendido continuamente, superando as estimativas de analistas e mostrando para o Federal Reserve que a atividade econômica no país continua forte mesmo após um longo ciclo de alta de juros", disse Leonel Mattos, analista de inteligência de mercados da StoneX.

O índice do dólar contra uma cesta de pares fortes subia ligeiramente após a divulgação do PIB dos EUA, uma vez que os dados não alteraram a visão de operadores de que o Fed manterá os juros inalterados em sua reunião da semana que vem.

"Vale menção ainda à divulgação do IPCA-15 aqui no Brasil, que trouxe boas notícias no campo inflacionário", disse Mattos.

O IPCA-15 avançou 0,21% neste mês, arrefecendo ante o avanço de 0,35% visto em setembro, e ficando praticamente em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,20%.

Essa leitura não alterou a visão de que há pouquíssima chance de o Banco Central intensificar os cortes na Selic à frente, com a maior parte dos mercados apostando em mais um corte de 0,50 ponto percentual nos juros na reunião do Copom na semana que vem, nos dias 31 de outubro e 1° de novembro.

"As notícias do âmbito político também têm ajudado, já que a pauta do governo voltou a andar, o que reduz a percepção de risco fiscal", disse Lais Costa, analista da Empiricus Research. "O real tem tido uma perfomance bastante resiliente frente aos seus pares."

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira o projeto de lei que trata da tributação de fundos exclusivos e offshore, medida acompanhada de perto pelo governo, que tem encampado um esforço para cumprir sua meta fiscal em 2024.

A tramitação da reforma tributária também teve avanço, com a leitura do relatório do senador Eduardo Braga (MDB-AM) na Comissão de Constituição e Justiça. A previsão é de votação do texto na CCJ em 7 de novembro.


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