SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os metalúrgicos da GM (General Motors) de São José dos Campos, São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes aprovaram a suspensão da greve nesta quarta-feira (8). Foram 17 dias de paralisação contra as mais de mil demissões ocorridas nas três fábricas.
De acordo com os sindicatos da categoria na região, o acordo entre a montadora e os trabalhadores condiciona a suspensão da greve ao pagamento dos dias parados para todos nas fábricas e da licença remunerada para quem havia sido demitido. Também foi aprovado aviso permanente de greve, ou seja, caso a empresa não cumpra o acordo, a paralisação será retomada.
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região afirma que irá manter as negociações em busca de alternativas que evitem futuras demissões. Uma comissão de sete trabalhadores foi formada e aprovada em assembleia para acompanhar as reuniões.
A mobilização dos cerca de 12 mil trabalhadores da GM no estado de São Paulo levou à paralisação de 100% da produção de veículos nessas fábricas.
A GM anunciou o cancelamento das 1.244 demissões no último sábado (4), após o TST (Tribunal Superior do Trabalho) ter rejeitado seu pedido de liminar para que as demissões fossem mantidas. Segundo as entidades sindicais, a montadora descontou os dias parados durante a greve e ignorava o acordo de layoff que estabelece estabilidade no emprego para todos da fábrica de São José dos Campos até maio de 2024.
O cancelamento das demissões foi determinado, por meio de liminar, pelos Tribunais Regionais do Trabalho da 2ª e 15ª regiões e pelo Tribunal Superior do Trabalho. Uma audiência de conciliação estava prevista para esta quarta o TRT, mas foi cancelada, em razão do acordo aprovado na assembleia.
As demissões ocorreram no dia 21 de outubro, quando trabalhadores da General Motors em São José dos Campos, Mogi das Cruzes e São Caetano do Sul foram dispensados por telegrama e email.
A GM afirma que o corte ocorreu para adequar seu quadro de empregados nas fábricas citadas em razão da queda nas vendas e nas exportações.
"Entendemos o impacto que esta decisão pode provocar na vida das pessoas, mas a adequação é necessária e permitirá que a companhia mantenha a agilidade de suas operações, garantindo a sustentabilidade para o futuro", diz o comunicado.
A paralisação paulista iniciou durante uma greve histórica contra montadoras nos EUA. A primeira greve simultânea contra as três principais montadoras americanas (GM, Ford Motor e Stellantis) durou quase sete semanas. Os trabalhadores do setor automotivo pressionaram por salários e benefícios mais altos e pela eliminação de um padrão escalonado que paga muito menos aos trabalhadores mais novos.
Por lá, os mais de 45 mil trabalhadores que participaram das manifestações nas três empresas devem receber, em média, US$ 100 (cerca de R$ 500) por dia de greve.
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