SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O site de denúncias de consumidores Reclame Aqui identificou alta nas reclamações sobre compras na véspera da Black Friday em relação ao mesmo período do ano passado. Entre 12h da quarta-feira (22) e 19h desta quinta (23), foram 6.172 em 2023, e 4.513, em 2022, o que representa aumento de 36,8% no volume de queixas.

A maioria das reclamações se referem a problemas na entrega, o que colocou as empresas de logística e entrega rápida no topo dos estabelecimentos alvos de queixas. O Reclame Aqui diz que as denúncias de consumidores incluem compras feitas em períodos anteriores a esta quinta, visto que as promoções da Black Friday começaram ainda em outubro, apesar de a data oficial ser a quarta sexta-feira de novembro.

Atraso na entrega do produto significa descumprimento da oferta, segundo o advogado Alexandre Salomão Jabrado escritório Trench Rossi Watanabe. "Nesse caso, os consumidores podem à sua escolha exigir: a entrega imediata do produto, a entrega de um produto de qualidade equivalente, ou o cancelamento da compra e a devolução integral do valor pago."

Propaganda enganosa é outro motivo recorrente de reclamação dos clientes, sendo citada como problema em 15,49% das queixas registradas pelo Reclame Aqui.

A reportagem mostrou que, desde o começo do mês, itens muito buscados na data promocional, como celulares, lavadoras, geladeiras e televisões, têm registrado aumento de preço, de acordo com uma pesquisa do grupo Zoom/Buscapé.

Entre os dias 29 de outubro e 11 de novembro, celulares e smartphones acumularam alta de 4,67%. Lavadoras, 5,75%. Geladeiras e televisões, 1,3% e 1%, respectivamente.

Abaixar os preços artificialmente é propaganda enganosa, e configura crime passível de multa e um ano de detenção, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor.

CUIDADOS

Outro risco da Black Friday são os golpes: é essencial verificar a procedência do site de compra. O Procon-SP divulgou lista de 78 sites que devem ser evitados por consumidores na Black Friday. Entram no ranking as empresas que não responderam às queixas de consumidores mesmo depois de terem sido notificadas pelo órgão de defesa.

O número de sites que o Procon recomenda evitar quase dobrou em relação ao ano passado. Na lista, o consumidor pode ver as URLs das páginas (o endereço do site), o CNPJ e o nome da empresa responsável.

VEJA 10 DICAS DE SEGURANÇA PARA ESTA BLACK FRIDAY

- Dar preferência aos sites conhecidos para as compras e verificar a reputação de sites não conhecidos em páginas de reclamações

- Ter muito cuidado com emails de promoções que tenham links. Ao receber um email não solicitado, verificar se realmente se trata de uma empresa idônea. Acessar o site digitando os dados no navegador e não clicando em links

- Sempre desconfiar de empresas que pedem pagamentos antecipados e prometem entregas em prazos longos

- Verificar com atenção as formas de pagamento oferecidas pelo ecommerce e desconfiar quando existem poucas opções

- Desconfiar das promoções cujos preços sejam muito menores que o valor real do produto

- Verificar se a página tem selo de autenticação e número de seguidores compatíveis. Desconfiar de páginas recém-criadas

- Dar preferência para o uso de cartão virtual nas compras online

- Se for fazer uma compra presencial com cartão, sempre conferir o valor antes de digitar a sua senha

- Em caso de compras presenciais, inserir você mesmo o cartão na maquininha. Caso tenha entregado o cartão ao vendedor, sempre verificar se o cartão devolvido é realmente o seu

- Se for pagar com Pix, sempre fazer o pagamento dentro do ambiente da loja virtual. Quando o varejista fornecer o código QR Code, conferir com atenção todos os dados do pagamento e se a loja escolhida é realmente a que irá receber o dinheiro. Só fazer a transferência após essa checagem detalhada. A mesma dica vale para pagamentos com boletos


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