RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O conselho de administração da distribuidora de combustíveis Vibra (antiga BR) rejeitou em reunião nesta terça-feira (28) a proposta de fusão feita pela empresa de energia Eneva. O tema só voltará a ser debatido, diz, se as condições apresentadas forem melhoradas "significativamente".

Segundo a companhia, a proposta é "injustificável" e desconsidera o potencial de crescimento de suas operações. "Fica evidente que os termos de troca propostos para a combinação pretendida pela Eneva não possuem qualquer atratividade para os acionistas da Vibra."

A Eneva propôs uma "fusão de iguais", com os acionistas de cada lado representando 50% da base acionária da companhia combinada. Ela disse que a operação é uma "oportunidade ímpar para as empresas e seus acionistas, com um sólido racional estratégico".

A proposta, porém, passou a receber críticas de acionistas da Vibra, que tem um valor de mercado superior ao da Eneva e, portanto, poderia ter uma fatia maior na nova empresa.

"É necessário um olhar mais atento aos riscos e ao valuation da operação, na ótica dos minoritários da Vibra", concorda o BB Investimentos. Para que eles mantenham a mesma posição acionária na nova companhia, afirmou, deveria haver diferença positiva de R$ 2,01 por cada ação da Vibra.

O conselho de administração da distribuidora disse que nem chegou a analisar o mérito estratégico de uma possível fusão. Defendeu que a empresa tem construído de forma independente "uma das melhores e mais eficientes plataformas diversificadas de energia do Brasil".

"Nossos resultados financeiros dos últimos trimestres falam por si só e o ano de 2023 deverá consolidar essa tendência. Acreditamos fielmente que este ponto de inflexão é só o começo de uma jornada de crescimento rentável e acelerado nos próximos anos", continuou.

A Vibra diz ainda que as potenciais sinergias apontadas pela Eneva precisariam ser aprofundadas e foram baseadas principalmente em sua própria estrutura de capital e carteira de clientes. E que necessita de maiores esclarecimentos sobre o modelo de governança de uma nova empresa.

Mas ressalta que, se a Eneva estiver disposta a "melhorar significativamente" os termos apresentados, engajará seus assessores para "tratativas em fórum privado típico de potenciais transações desta natureza".

O acordo reuniria a ampla base de distribuição de combustíveis da Vibra e seus ativos de energia renovável concentrados na Comerc -empresa da qual é cocontroladora- com os negócios de exploração de gás natural e geração termelétrica e renovável da Eneva.

Criaria a terceira maior empresa brasileira de energia do país em valor de mercado, atrás de Petrobras e Eletrobras. A Vibra é a antiga BR Distribuidora, privatizada durante o governo Jair Bolsonaro. A Eneva nasceu de duas empresas criadas por Eike Batista para exploração de gás e geração de energia.

A Eneva defende que a combinação dos negócios poderia reduzir a exposição da Vibra à volatilidade natural da distribuição de combustíveis e garantir acesso a energia para a venda a sua base de clientes.


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