SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Existe um limite para reuniões por dia no trabalho? Funcionários dizem que mais que duas horas já os deixam sobrecarregados, segundo pesquisa do Slack com 10 mil trabalhadores. Startup que aluga salas e ajuda na gestão do dia a dia de médicos capta R$ 65 milhões, e dois terços dos brasileiros não têm nenhuma reserva financeira, mostra Datafolha, e outras notícias do mercado para começar esta segunda-feira (11).
**FUNCIONÁRIOS APONTAM TEMPO LIMITE PARA REUNIÕES**
Quantas horas por dia do trabalho você passa em reuniões?
Uma pesquisa do Slack com mais de 10.000 funcionários de diferentes escalões aponta que duas horas por dia são o tempo limite para um funcionário não se sentir sobrecarregado com reuniões.
Quem afirma passar muito tempo nelas tem mais que o dobro de chances de dizer que não tem tempo suficiente para se concentrar no trabalho, aponta o levantamento da plataforma de comunicação corporativa com funcionários dos EUA, Austrália, França, Alemanha, Japão e Reino Unido.
Em números:
27% dos funcionários dizem que passam muito tempo em reuniões. Entre os executivos, isso é verdade para 55% deles.
1 em cada 4 trabalhadores acha que passa muito tempo respondendo email, fatia que sobe para 43% no caso da chefia.
Outra pesquisa, divulgada pela Microsoft no primeiro semestre deste ano, aponta que os funcionários passam dois dias de trabalho por semana em reuniões e emails.
A big tech chegou a essa conclusão após analisar a atividade de trabalhadores que utilizam os aplicativos empresariais da empresa.
Existe solução? Uma resposta para o excesso de tempo gasto em reuniões pode estar em outra parte da pesquisa do Slack.
Questionados sobre como a IA (inteligência artificial) pode ajudar no dia a dia no escritório, a resposta mais citada foi ?notas e resumos de reuniões?, seguida de ?assistência na escrita? e ?automação de fluxos de trabalho?.
"Um assistente de IA que pudesse resumir com precisão as notas de reuniões e automatizar fluxos de trabalho comuns poderia ser a chave que nos libera tempo e nos ajuda a alcançar o equilíbrio necessário para o sucesso", disse Christina Janzer, vice-presidente de pesquisa e chefe do laboratório de força de trabalho do Slack.
Mais de 80% dos trabalhadores ouvidos, porém, dizem que a IA ainda não está melhorando sua produtividade no trabalho. Entre os executivos a percepção é semelhante: 94% dizem sentir uma urgência em adotar essas ferramentas.
Sim, mas? A reclamação acerca do excesso de reuniões não encontra eco em todos os perfis de funcionários, de acordo com a pesquisa.
Cerca de 10% dos trabalhadores, principalmente aqueles com menos de um ano na firma e os com abaixo de 30 anos, dizem que passam pouco tempo em reuniões. Eles associam essa realidade a uma queda no senso de pertencimento e produtividade na empresa.
**STARTUP DA SEMANA: LIVANCE**
O quadro traz às segundas o raio-x de uma startup que anunciou uma captação recentemente.
A startup: fundada em 2017, funciona como uma plataforma de aluguel de consultórios e gestão de atendimentos de médicos e profissionais de saúde.
Em números: a Livance anunciou recentemente ter recebido um aporte de R$65 milhões.
Em 2021, época de vacas gordas no setor, a startup já havia levantado R$ 30 milhões.
Quem investiu: a rodada atual foi liderada pelo fundo Monashees, que tem outras healthtechs (startups de saúde) na carteira, como Sami e Hilab. Cadonau e Terracotta, que tinham investido na rodada anterior, acompanharam o atual aporte.
Que problema resolve? A startup atua em duas frentes:
Aluga salas de suas 14 unidades ?hoje em São Paulo e Rio? para que profissionais de saúde façam atendimento;
Tem uma plataforma voltada a profissionais com mais de 70 especialidades que reúne serviços como site pessoal, controle de agenda, pagamentos e recebimentos.
O aporte será destinado para ampliar a presença física para 30 unidades em dois anos e digitalizar novos processos do dia a dia de seis mil médicos e profissionais de saúde que hoje estão na plataforma.
Por que é destaque: a startup promete automatizar e reduzir custos em um setor que vive sufocado pelas despesas e corre para encontrar alternativas para melhorar a saúde financeira.
No ano passado, os planos de saúde registraram prejuízo operacional de R$ 11,5 bilhões.
Números do mercado
O mês de novembro manteve a tendência de queda de aportes em startups brasileiras vista nos meses anteriores, mostrando que o ?inverno? do setor ainda não ficou para trás.
Os US$ 164 milhões aportados no período representam uma queda de 42% em relação a outubro e um recuo de 10% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Os números foram fornecidos pela Sling Hub.
**SEM RESERVA FINANCEIRA**
Dois terços dos brasileiros não têm uma reserva financeira para emergências ou em caso de perda de renda do trabalho.
É o que aponta uma pesquisa nacional Datafolha realizada no dia 5 de dezembro em 135 municípios. Foram ouvidas 2.004 pessoas e a margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Em números:
10% têm uma poupança suficiente para manter o mesmo padrão de vida por um período menor que três meses;
6% consideram ter reservas para se manter entre seis meses e um ano;
6% afirmam que sua poupança poderia sustentá-los, sem rebaixar o padrão, por mais de um ano;
52% dos brasileiros contribuem para o sistema oficial do INSS.
Por que importa: os dados respaldam o alto nível de concentração de renda no Brasil.
Segundo pesquisa recente do IBGE, enquanto a renda mensal média per capita do 1% mais rico no país foi de R$ 17.447 em 2022, a da metade mais pobre era de R$ 537 mensais, ou menos de R$ 18 ao dia.
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