SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Bolsa brasileira ultrapassou a marca de 130 mil pontos e operava em forte alta na manhã desta quinta-feira (14), impulsionada pelas expectativas de que os juros americanos devem começar a cair no próximo ano. Na quarta (13), o Fed (banco central americano) sinalizou que as taxas dos EUA podem ter chegado no seu pico, animado o mercado.
Caso mantenha o ritmo de alta até o final do dia, o Ibovespa caminha para superar sua máxima histórica de 131.190,30 pontos.
Já o dólar segue caindo, pressionado justamente pela perspectiva de baixa de juros, que tende a fazer com que investidores realoquem recursos para mercados mais arriscados ao diminuir o retorno da renda fixa americana.
Às 11h14, o Ibovespa registrava alta de 1,07%, aos 130.959 pontos, e chegou a superar os 131 mil pontos na máxima do dia, enquanto o dólar recuava 0,38%, cotado a R$ 4,900.
"A dúvida neste momento é se o mercado pode continuar subindo", afirmou o analista da Guide Investimentos Mateus Haag, acrescentando que a visão da casa é de que o Ibovespa ainda está barato.
Além disso, afirmou, o fluxo para ações tem sido baixo nos últimos anos, com os investidores pouco alocados de forma geral, o que abre espaço para mais valorização.
Além de confirmar as expectativas do mercado ao manter os juros inalterados na faixa entre 5,25% e 5,50%, o Fed também divulgou que seus diretores projetam um corte de 0,75 ponto percentual nas taxas em 2024, dando otimismo a investidores. Nenhuma autoridade do banco prevê altas de juros no próximo ano.
Em seu comunicado, o Fed afirmou que indicadores recentes sugerem que o crescimento da atividade econômica dos EUA desacelerou de seu forte ritmo do terceiro trimestre, citando que a elevação dos juros conseguiu moderar o aquecimento do mercado de trabalho e que a inflação caiu ao longo do ano, apesar de permanecer elevada.
O banco apontou, ainda, as condições que o faria considerar "algum reforço adicional da política" que possa ser apropriado para levar a inflação à meta de 2%. A palavra "algum" foi adicionada ao comunicado da autoridade, num sinal visto como mais suave pelo mercado, sugerindo que o banco central pode não ver a necessidade de aumentar as taxas.
Em coletiva de imprensa, Jerome Powell, presidente do Fed, disse que a inclusão da palavra "algum" refletia a visão de que a taxa de juros estava "provavelmente no seu pico". Ele também acrescentou que, embora as autoridades "não considerem apropriado aumentar ainda mais as taxas de juros, também não querem retirar a possibilidade da mesa".
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