SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um dia após elevar a nota de crédito soberano do Brasil, a agência de classificação de risco S&P Global Ratings melhorou, nesta quarta-feira (20), a avaliação de 16 bancos e empresas de serviços financeiros do país e suas subsidiárias, citando a aprovação da reforma tributária, na semana passada. A matéria foi promulgada nesta quarta.

A nota de crédito em escala global dessas instituições financeiras passou de "BB-" para "BB". A perspectiva é "estável".

"Embora seja implementada gradualmente, a reforma representa uma revisão significativa do sistema fiscal e se traduzirá provavelmente em ganhos de produtividade a longo prazo", diz a S&P em relatório.

Segundo a agência, a elevação de ratings das instituições financeiras é apoiada pela evidência de "fundamentos de crédito autônomos mais fortes".

Dentre as companhias que tiveram a nota elevada, estão quatro bancos públicos: o Banco do Brasil, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), a Caixa Econômica Federal e o Banco do Nordeste do Brasil.

Além deles, compõem a lista ABC Brasil, Bradesco, BTG Pactual, Citibank, Sicredi, Banco Pan, Safra, Santander, BV (Banco Votorantim), CCB (China Construction Bank), Haitong Brasil e Stone Instituição de Pagamento.

Com a mudança no rating soberano do Brasil, a S&P mudou a estrutura de mapeamento da qualidade de crédito em escala nacional. Com isso, a agência também revisou a perspectiva do rating em escala nacional do Banrisul (Banco do Estado do Rio Grande do Sul) de "positiva" para "estável" .

O argumento para a mudança é a "qualidade de crédito relativa" do banco e "a menor probabilidade de uma elevação [de nota de crédito] após a tabela de correlação revisada para os ratings nacionais". A S&P ressaltou, contudo, que essa alteração não reflete uma deterioração do perfil financeiro da instituição.

Após a atualização da nota de crédito das instituições financeiras do Brasil, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) disse em nota que o país "acertou a mão na economia deste ano".

Segundo a entidade, as políticas econômicas em 2023 foram reconhecidas pelas três maiores agências de classificação de risco do mundo -S&P, Fitch e Moddy's-, "num justo prêmio pelo desempenho econômico e numa clara indicação de que estamos na direção certa".

"A evolução da nossa economia, ao longo deste ano, vem sendo bem superior às expectativas iniciais do mercado, com crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] próximo a 3%, inflação já dentro do intervalo de flutuação da meta e com melhora progressiva e relevante nas estimativas de mais longo prazo", completa a Febraban.

Na nota, a federação cita nominalmente os trabalhos sérios e focados do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e do Congresso Nacional.

Além da reforma tributária e da política monetária, a S&P citou na última terça (19), como justificativa para a elevação da nota de crédito soberano do Brasil, a melhora nas projeções de crescimento econômico. A agência disse ainda que o Brasil deve manter uma posição externa sólida, com a forte produção de commodities.


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