SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Após ter começado o dia em queda, a Bolsa brasileira virou e terminou a sessão em alta de 0,40% nesta segunda-feira (15), aos 131.520 pontos, com impulso das ações do setor de petróleo. Já o dólar teve valorização de 0,20%, fechando a R$ 4,865 em dia de liquidez reduzida por conta de um feriado nos Estados Unidos.
"A melhora do desempenho ocorreu após a diminuição das perdas do petróleo, que se refletiu na recuperação das ações ligadas à commodity, o que inclui papéis com peso relevante no índice, como a Petrobras", afirma Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.
A petroleira fechou o dia com alta de 1,07% e ficou entre as mais negociadas da sessão. Além disso, a PetroRio e a PetroRecôncavo, outros grandes nomes do setor, foram algumas das maiores altas do pregão, com avanços de 2,21% e 1,81%, respectivamente.
Na ponta negativa, as ações da Vale caíram 0,20% e foram os papéis mais negociados da sessão, limitando os ganhos do Ibovespa.
A queda dos papéis da mineradora seguiam o dia de fraqueza do minério de ferro no exterior, após o banco central da China ter surpreendido o mercado ao deixar sua taxa de juros de médio prazo inalteradas.
A expectativa era de que a segunda maior economia do mundo cortaria os custos dos empréstimos de forma a impulsionar a economia, mas um yuan mais fraco limitou o escopo do afrouxamento monetário no curto prazo.
Foi a Gol, no entanto, que liderou as perdas do dia, após a coluna Painel S.A., da Folha de S.Paulo, revelar que a empresa cogita pedir recuperação judicial nos EUA em, no máximo, um mês.
"Nenhum processo de recuperação judicial é bem visto pelo mercado, pois mostra que a empresa está com dificuldades em lidar com custos e pagamentos. A companhia não vem divulgando números bons. Em dezembro, por exemplo, a oferta total de voos caiu 8,1% na comparação com o mesmo mês no ano anterior" diz Fabio Louzada, economista e fundador da Eu me banco.
Os papéis da Gol terminaram a sessão em queda de 6,05%.
No cenário doméstico, investidores seguem acompanhando a discussão de medidas propostas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para aumentar a arrecadação federal.
No câmbio, o dia foi marcado por liquidez reduzida por conta do feriado americano.
"Os mercados estão mais parados, com baixa liquidez. O mercado deve abrir mesmo com força só a partir de amanhã", diz Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master.
Na semana, ele aponta que as atenções do mercado estarão voltadas para as divulgações do PIB (Produto Interno Bruto) da China e de novos indicadores econômicos no Brasil e nos Estados Unidos.
Nesta segunda, a Alemanha, principal economia da zona do euro, informou que seu PIB encolheu 0,3% em 2023, conforme o Escritório Federal de Estatísticas. O resultado ocorreu devido à inflação persistente, aos altos preços da energia e à fraqueza da demanda externa.
"Lá fora, o que fez preço desde cedo foram os números ruins da Europa e o petróleo, que havia caído bem", comentou durante a tarde o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik, ao justificar o avanço da divisa dos EUA ante o real.
Neste cenário, após ter marcado uma cotação mínima de R$ 4,8442 (-0,26%) às 9h01, o dólar à vista escalou até a máxima de R$ 4,8875 (+0,63%) às 12h19.
Durante a tarde, a divisa dos EUA perdeu força, mas ainda assim se manteve no território positivo ante o real.
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