RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A gerente de projetos de Desenvolvimento da Produção da Petrobras, Mariana Cavassin, defendeu nesta quarta-feira (17) que o projeto de retomada das obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, é robusto, viável economicamente e tem retorno positivo para a estatal.
A retomada das obras será comemorada em cerimônia nesta quinta-feira (18), com presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O objetivo é ampliar a capacidade de produção nacional de diesel.
As obras da refinaria foram paralisadas em 2015, após a descoberta do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. Naquele momento, apenas a primeira fase havia sido concluída --com inauguração em 2014.
A refinaria é vista pelo TCU (Tribunal de Contas da União) como um exemplo de "como uma ideia virtuosa e promissora pode se transformar num malogro comercial bilionário".
Em 2021, o tribunal calculou que o custo do projeto subiu de US$ 2,4 bilhões para US$ 20,1 bilhões (R$ 12 bilhões para R$ 100,5 bilhões) desde sua concepção. Nesta quarta, Cavassin informou que a Petrobras já gastou US$ 18 bilhões no projeto.
Ela não quis, porém, informar o valor necessário para a conclusão, alegando que as licitações para compra de equipamentos e serviços estão abertas. Segundo ela, o projeto passou por um "processo detalhado e rigoroso de avaliação econômica" dentro da Petrobras.
"Avaliamos a melhor solução para a companhia neste momento, dado o estado em que está a obra", afirmou. "Fizemos levantamento detalhado do estágio da obra, de tudo o que já tinha sido feito, avaliando se alguma coisa estava degradada."
A partir desse levantamento, continuou ela, a estatal fez uma nova análise econômica. "Avaliamos o projeto em todos os cenários econômicos, isoladamente em cada uma das etapas, para garantir que projeto é robusto, viável economicamente e tem retorno positivo."
Com a retomada, a Petrobras pretende ampliar a capacidade de processamento de petróleo dos atuais 100 mil para 260 mil barris por dia. Já em 2025, a capacidade chegará a 130 mil com ampliação da unidade existente.
A construção da segunda unidade será concluída em 2028, mas com entrada em operação de algumas instalações em 2027, disse a gerente da Petrobras.
"Com essa obra, vamos acrescentar [à capacidade nacional de produção] 13 milhões de litros de diesel por dia, contribuindo para autossuficiência do país em diesel", disse ela. Atualmente, o país importa cerca de um quarto do consumo interno do combustível.
A Petrobras estima que a obra vai gerar 30 mil empregos diretos e indiretos em Ipojuca (PE), onde está instalada. A mobilização de pessoal para a segunda unidade da refinaria começa ainda em 2024 e o pico das obras deve ocorrer em 2025.
Em nota, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse que os investimentos da estatal em refino "poderão contribuir, de forma rentável, para tornar o país autossuficiente na produção de combustíveis".
"Considerando todos os projetos previstos de adequação e o aprimoramento do parque industrial e da cadeia de abastecimento e logística, a Petrobras estima um aumento de produção de diesel da ordem de 40% nos próximos anos", concluiu.
Em seu primeiro planejamento estratégico sob o novo governo Lula, a Petrobras previu US$ 17 bilhões em refino para os próximos cinco anos. Além da Abreu e Lima, a empresa pretende retomar obras no antigo Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), outro alvo da Lava Jato.
O secretário adjunto de articulação e monitoramento da Casa Civil da Presidência da República, Rogério da Veiga, disse que a retomada da Abreu e Lima é parte da obsessão do governo com o crescimento econômico.
A estratégia, acrescentou, que inclui estabilidade econômica, investimentos públicos e privados e a retomada do consumo das famílias.
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