SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Boeing não divulgou nesta quarta-feira (31) suas expectativas financeiras e operacionais para 2024, ao mesmo tempo em que reportou um prejuízo líquido de US$ 30 milhões no quarto trimestre de 2023.
Este é o primeiro balanço divulgado pela companhia aérea desde que enfrentou um incidente em 5 de janeiro, quando um Boeing 737 Max 9, operado pela Alaska Airlines, perdeu a tampa da porta em pleno voo.
Depois disso, as aeronaves deste modelo permaneceram no solo e a Boeing passou por investigação da FAA (Agência de Aviação Civil dos EUA). A permissão para que os aviões Boeing 737 Max 9 voltassem a voar só ocorreu na semana passada, depois de ser anunciada uma série de inspeções que passaram a ser cumpridas.
Em virtude do incidente e da série de questionamentos sobre o controle de qualidade da Boeing, o anúncio desta quarta-feira era muito aguardado. Porém, segundo os jornais The New York Times e Financial Times, o CEO da Boeing, Dave Calhoun, afirmou em comunicado aos funcionários que "agora não é o momento" para divulgar os objetivos financeiros e operacionais da companhia para este ano.
A Boeing não divulgou estimativas do possível impacto financeiro dos recentes incidentes, assim como previsão de vendas. A consultoria LSEG realizou pesquisa com analistas e a expectativa é que a fabricante de aviões tenha lucro líquido de US$ 3,1 bilhões.
No último trimestre de 2023, a Boeing teve prejuízo. Nesta quarta, a empresa anunciou que sofreu perda de US$ 30 milhões no quarto trimestre, com uma receita de US$ 22 bilhões. O resultado representou uma melhora em relação ao mesmo período do ano anterior, quando houve prejuízo de US$ 663 milhões.
A empresa também anunciou que estava produzindo 38 aviões 737 Max por mês no quarto trimestre. Após o incidente no dia 5, a Boeing foi impedida pela FAA de aumentar a sua produção do 737 Max até que seja comprovado que houve uma melhora no controle de qualidade da empresa.
Segundo o jornal The New York Times, Calhoun afirmou aos funcionários que o objetivo da companhia é recuperar a credibilidade. "Vamos simplesmente nos concentrar em cada próximo avião, enquanto fazemos o máximo para apoiar nossos clientes, seguir as medidas da agência reguladora e garantir o mais alto padrão de segurança e qualidade", disse.
Uma versão anterior da aeronave, o 737 Max 8, também enfrentou problemas há quase cinco anos, quando dois acidentes fatais mataram 346 pessoas. Em outubro de 2018, um modelo da aeronave comprado pela Lion Air caiu na Indonésia, sem causa aparente. Cinco meses depois, outro 737 Max, agora operado pela Ethiopian Airline, caiu na Etiópia.
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