SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Membros do conselho de Tesla e SpaceX consumiram drogas ilícitas com o acionista majoritário e cofundador das duas empresas, Elon Musk, de acordo com reportagem do Wall Street Journal publicada neste sábado (3).

O suposto consumo de LSD, cocaína, ecstasy e cogumelos psicodélicos por parte de Musk já preocupava executivos da fabricante de carros elétricos e da empresa aeroespacial. De acordo com outra reportagem do WSJ de janeiro, Musk teria feito uso de ilícitos em festas privadas, onde convidados teriam assinado acordos de confidencialidade e entregado celulares para entrar.

O conselho de Tesla e SpaceX, porém, não realizou investigações sobre o assunto, nem documentou quaisquer preocupações, disse o jornal.

De acordo com o texto publicado neste sábado, que menciona pessoas próximas ao bilionário, alguns amigos e diretores sentiram que tinham que consumir drogas ilícitas com Musk, para evitar chateá-lo. Eles também não queriam arriscar "perder o capital social" de estar no círculo do dono de Tesla e SpaceX.

A reportagem ainda cita negócios que chegam aos bilhões de dólares entre Musk e os conselheiros de Tesla e SpaceX. Essas relações poderiam ser consideradas problema porque, segundo normas da SEC (comissão que supervisiona o mercado acionário americano), o conselho de empresas listadas em Bolsa nos EUA deve manter independência administrativa em relação aos sócios majoritários, para manter uma atuação que não prejudique seus acionistas.

Musk e seu advogado, Alex Spiro, não responderam aos pedidos de comentário do WSJ. Tesla e SpaceX também não responderam aos pedidos de informação da Folha.

Antes, Spiro havia dito ao WSJ que Musk era regularmente e aleatoriamente testado para drogas na SpaceX e nunca havia falhado em um teste.

A relação de Musk com seus diretores já fora alvo de críticas de uma juíza de Delaware nesta semana. Ela citou os conflitos de interesse do conselho em sua decisão de que o pacote de remuneração de US$ 55 bilhões (R$ 272 bilhões) de Musk era excessivo.

O uso de drogas ilícitas por Musk era do conhecimento de vários diretores atuais e antigos da Tesla e da SpaceX, segundo o Wall Street Journal. O bilionário já fumou maconha no videocast do comediante e comentarista esportivo Joe Rogan, em episódio transmitido em setembro de 2018.

Na ocasião, as ações da Tesla caíram 9% e o Pentágono revisou a autorização de segurança federal vinculada à posição de Musk como CEO da SpaceX, empresa certificada pelo governo americano para fornecer satélites a agências de segurança nacional.

A Nasa ainda exigiu garantias de que a SpaceX estava em conformidade com a Lei do Local de Trabalho Livre de Drogas, que é federal e obrigatória para empresas que prestam serviços ao governo americano. A empresa de satélites espaciais é a única nos Estados Unidos com autorização para transportar astronautas para a Estação Espacial Internacional.

"Depois daquela única tragada com [Joe] Rogan, eu concordei, a pedido da Nasa, em fazer três anos de testes aleatórios de drogas. Nem mesmo vestígios de álcool ou drogas foram encontrados", escreveu Musk no X no último dia 7 de outubro.

Na ocasião da primeira publicação do Wall Street Journal no último dia 6, porém, Musk mudou a abordagem em nova resposta. "Seja o que eu estiver fazendo, obviamente devo continuar fazendo", escreveu. Também mencionou a Tesla e a SpaceX como as empresas de carros e desenvolvimento aeroespacial mais valiosas do mundo.

"Se as drogas realmente ajudassem a melhorar minha produtividade líquida ao longo do tempo, eu definitivamente as tomaria", acrescentou.

Musk, atualmente, dirige seis empresas: Tesla, SpaceX, X, a empreiteira de túneis The Boring Company, a desenvolvedora de implantes cerebrais Neuralink e a startup de inteligência artificial xAI.

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