O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, avaliou que a mudança na meta de resultado fiscal primário, que hoje é de zerar o déficit neste ano, parece já ter sido incorporada nas expectativas de mercado financeiro. Assim, ao falar de fontes de incerteza na condução da política monetária, Galípolo julgou que a percepção dos investidores sobre o compromisso do governo com o equilíbrio fiscal será mais importante do que o número de uma aguardada nova meta.
Durante live da Bradesco Asset, Galípolo afirmou que o maior risco está relacionado mais a como o mercado recebe as sinalizações do governo sobre responsabilidade com as contas públicas do que propriamente ao debate em torno de qual será a nova meta.
"O que dificulta ainda mais a interpretação do BC, por incluir mais uma subjetividade no processo", comentou o diretor da autoridade monetária.
Segundo Galípolo, pesquisas mostram que a grande maioria do mercado espera uma mudança na meta, de modo que é razoável imaginar que os preços já embutem tal revisão, assim como uma perspectiva de déficit primário em torno de 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024.
Ele disse ainda, ao tratar de riscos no horizonte, que o BC está observando com atenção como a eleição nos Estados Unidos vai afetar a relação do país com a China.
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