SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Apesar de ter começado o dia em leve alta, a Bolsa brasileira passou a cair e deve quebrar sua sequência de altas consecutivas, puxada principalmente por empresas do setor de petróleo, em meio ao declínio da commodity no exterior.

A Petrobras, uma das empresas de maior peso do Ibovespa, recuava 0,73%, e a PetroRio, outra grande companhia do setor, caía 1,40%. Ambas estavam entre as mais negociadas da sessão.

A queda do petróleo ofuscava o desempenho da Vale, que subia quase 2% após a divulgação de seu balanço do quarto trimestre de 2023. Os números, de maneira geral, agradaram a analistas.

No câmbio, o dólar fez o caminho contrário: começou o dia caindo, mas passou a subir, em meio a agenda esvaziada e incertezas sobre a economia global.

Segundo Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital, essa alta não se trata de um movimento específico do dólar frente ao real, mas sim de uma tendência global desencadeada por preocupações com a economia da China e forte queda do petróleo nesta sessão, prejudicando ativos de países emergentes sensíveis às commodities.

Às 12h, o Ibovespa caía 0,40%, aos 129.713 pontos, enquanto o dólar subia 0,88%, cotado a R$ 4,996.

Nesta semana, a ata do último encontro de política monetária do Fed mostrou que a maior parte dos membros votantes estava preocupada com os riscos de cortar a taxa básica de juros cedo demais, com ampla incerteza sobre por quanto tempo os custos dos empréstimos deveriam permanecer no patamar atual.

Quanto mais altos os juros em determinado país, mais atraente fica a rentabilidade de seu mercado de renda fixa, o que beneficia sua moeda. No caso dos EUA, o dólar fica ainda mais atraente pelo fato de ser considerado seguro em momentos de turbulência econômica ou geopolítica.

"Por hora temos ainda um colchão para o real, que são nossos juros altos, que firma o patamar de 5,00 reais como teto. Mas, conforme esse diferencial se ajusta, acredito que teremos um novo preço para o câmbio", disse Bergallo, da FB.

A taxa Selic está atualmente em 11,25% ao ano, após cinco cortes consecutivos de 0,50 ponto percentual nos juros pelo Banco Central.


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