SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Apesar de não ter tido impactos econômicos globais significativos, o conflito entre Israel e Palestina começa a preocupar os Estados Unidos do ponto de vista financeiro.
No domingo, Janet Yellen, secretária do Tesouro americano, enviou uma carta ao primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, pedindo que ele aumente as transações econômicas com a Cisjordânia e volte a permitir que seus residentes entrem em Israel para trabalhar.
Segundo ela, a proibição de palestinos trabalharem em Israel está prejudicando a economia da região, especialmente a da Cisjordânia. Com a deterioração do poder de compra na região, o governo americano teme uma escalada no conflito.
"Estamos preocupados com a economia de Israel e da Cisjordânia. A proibição a trabalhadores está tendo impactos econômicos relevantes", disse Yellen, em entrevista a jornalistas, nesta terça-feira (27), em São Paulo.
Desde os ataques terroristas do Hamas, em 7 de outubro, o governo de Israel suspendeu
as permissões de trabalho para palestinos que vivem na Cisjordânia e em Gaza, maior força de trabalho do país. A Organização Internacional do Trabalho, da ONU, estima que cerca de 400 mil pessoas estão sem trabalhar em decorrência da medida.
Outra medida adotada por Netanyahu foi o fim do repasse de impostos de palestinos na faixa de Gaza à Cisjordânia. Em sua carta, Yellen pede que Israel garanta que os recursos cheguem ao país vizinho.
"Os EUA pediram que o governo israelita libere as receitas à Autoridade Palestiniana para financiar serviços básicos e reforçar a economia na Cisjordânia", disse Yellen.
Recentemente, foi feito um acordo entre palestinos e israelenses para que o dinheiro volte a ser repassado, tend a Noruega como intermediária.
Segundo Yellen, os recursos já começaram a ser transferidos.
A secretária está no Brasil para a trilha de finanças do G20. Ao longo da semana, ela participará de reuniões com equipes econômicas de países membros e convidados.
A expectativa é que Yellen negocie um novo aporte no Fundo Amazônia com autoridades brasileiras. Até o momento, os EUA investiram US$ 3 milhões, frustando expectativas do governo Lula. Segundo o governo de Joe Biden, que prometeu um total de US$ 500 milhões, novos investimentos dependem da liberação do Congresso americano.
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