SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Bolsa brasileira registrou mais um dia negativo e fechou com recuo de 0,88%, aos 127.027 pontos, pressionada principalmente por forte queda da Vale, a empresa de maior peso do Ibovespa. As ações da B3, que ficaram entre as mais negociadas do pregão, caíram mais de 2% e também pressionaram o índice, após um rebaixamento de recomendação divulgado pelo Bradesco.
Apesar do recuo desta sexta, o Ibovespa termina a semana com alta acumulada de 0,22%, impulsionado principalmente pela última decisão de juros nos Estados Unidos.
No câmbio, o dólar teve valorização de 0,37%, terminando a sessão cotado a R$ 4,998. A moeda foi impactada por ajustes nas apostas sobre a condução da política de juros global.
Investidores repercutiram, ainda, o primeiro relatório bimestral de receitas e despesas deste ano, divulgado nesta manhã.
No documento, o governo mostrou um resultado primário dentro do intervalo de tolerância da meta fiscal e anunciou um bloqueio de R$ 2,9 bilhões nas despesas do Orçamento de 2024 para evitar um estouro no limite de despesas previsto no novo arcabouço fiscal.
O relatório fiscal veio em linha com o esperado. Para a equipe da Warren Investimentos, por exemplo, o documento mostrou "números mais realistas". A arrecadação acima do esperado nos últimos meses também é uma notícia positiva.
Na Bolsa brasileira, o Grupo Casas Bahia liderou as baixas, com recuo de mais de 12%, seguido por Marfrig e Dexco. Na outra ponta, a Embraer foi a ação que mais subiu, com alta de quase 8%, após relatório do JPMorgan ter reiterado recomendação de compra para o papel.
De acordo com análise gráfica da Ágora Investimentos, o Ibovespa corrigiu parcialmente o movimento de alta sequencial dos últimos dias, respeitando a região dos 129.220 pontos como resistência e mantendo o viés de alta no curtíssimo prazo.
Nas curvas de juros futuros locais, o dia foi de estabilidade, operando em linha com os títulos americanos.
Já no câmbio, o dólar operou em alta desde o início do dia e chegou a ser vendido acima de R$ 5,00 na máxima da sessão.
O movimento desta sessão ficou em linha com a alta acentuada do índice que compara o dólar a uma cesta de pares fortes, depois que autoridades do Banco Central Europeu (BCE) sinalizaram uma probabilidade cada vez maior de cortes de juros na metade do ano, com inflação em trajetória de queda.
Além disso, um movimento inesperado do banco central suíço de cortar a taxa de juros na quinta-feira reforçou percepção de que as autoridades europeias estão inclinadas a serem mais enfáticas no afrouxamento monetário do que as norte-americanas, o que abriu espaço para ganhos do dólar, disseram participantes do mercado.
"Se tiver alguma mudança lá fora, seja atividade mais forte, seja inflação subindo ou se estabilizando por mais tempo nesses patamares altos, então acho que aqui o dólar pode ganhar força", disse Felipe Garcia, chefe da mesa de operações do C6 Bank.
"O local vai ser um fator menor do que o fator lá fora, e o foco continua sendo, principalmente, esses números de inflação americanos, que vão dizer se o Fed vai ser capaz de, realmente, começar a cortar juros em junho ou se vai ficar mais no segundo semestre, e, eventualmente, se vamos ter menos do que os três cortes que estão prevendo hoje."
Nesse contexto, Garcia destacou o impulso apenas "pontual" dado ao real pelo desfecho da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central desta semana.
Nos Estados Unidos, havia expectativa sobre a participação do presidente do Fed (banco central americano), Jerome Powell na abertura de evento econômico. O dirigente, no entanto, não fez nenhum comentário sobre as perspectivas para a taxa de juros.
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