Segunda-feira, 18 de outubro de 2010, atualizada às 13h08

Número de idosos em JF equivale a 14% da população. Total dobra a cada vinte anos

Aline Furtado
Repórter
Idosos

Juiz de Fora tem, hoje, 71 mil idosos, o que representa aproximadamente 14% da população da cidade. Os dados são referentes às análises preliminares do Censo 2010, que vem sendo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

A previsão é de que, daqui a vinte anos, a cidade conte com 140 mil idosos, visto que o percentual da população acima dos 60 anos tem dobrado a cada vinte anos. "Há vinte anos, tínhamos 35 mil idosos", destaca o médico e presidente da regional Minas Gerais da Associação Brasileira de Alzheimer, Márcio Borges.

Um dos motivos do aumento está no fato de, segundo o médico, muitas pessoas de outras cidades optarem por morar na cidade após os 60 anos. "Temos percebido um aumento do fluxo de pessoas nesta faixa etária, que saem de centros como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, em busca da estrutura de serviços e da tranquilidade que podem ser encontradas aqui. Isso tem feito com que Juiz de Fora seja a cidade mais idosa do país."

De acordo com Borges, a expectativa era de que os dados divulgados recentemente apontassem 65 mil idosos em Juiz de Fora. Diante do aumento acima do esperado, o médico aponta para a necessidade de capacitação e treinamento de cuidadores e familiares de idosos, além de profissionais da saúde. "Dos 71 mil idosos que vivem em Juiz de Fora atualmente, entre 10% a 15% são dependentes." A dependência é ocasionada por doenças crônicas, como Alzheimer, Parkinson, além de acidentes vasculares cerebrais (AVC) e fraturas no fêmur e na coluna.

Encontro

Para buscar solucionar as falhas existentes no convívio com idosos dependentes, será realizado, em Juiz de Fora, no dia 30 de outubro, o 1º Encontro Regional de Familiares e Cuidadores de Idosos Dependentes. O evento, que é gratuito, é destinado também a profissionais da saúde. O objetivo é promover treinamentos e capacitações, além de discutir a rede de cuidados e proteção disponíveis em Juiz de Fora e na região, o que envolve políticas públicas a esta parcela da população.

"A principal deficiência está no desconhecimento das pessoas com relação às doenças com as quais convivem os idosos." Além disso, Borges lembra que há dificuldades também quanto aos profissionais. "São poucos os que buscam se especializar em gerontologia ou geriatria", afirma, referindo-se a médicos, dentistas, fisioterapeutas, psicólogos, assistentes sociais, entre outros. A expectativa é de reunir entre 300 a 500 pessoas.

Serviço

O 1º Encontro Regional de Familiares e Cuidadores de Idosos Dependentes será realizado no dia 30 de outubro, entre 13h e 18h, em um hotel na avenida Rio Branco, 2.000, no Centro.

Os textos são revisados pro Thaísa Hosken