M?todo de ensino muda rotina na escola Na mesma sala de aula, h? crian?as com diferen?as de at? tr?s anos de diferen?a e elas ainda podem escolher a atividade que v?o fazer no dia

Thiago Werneck
Rep?rter
12/09/2007

Observe bem as fotos abaixo. Representam um quarto ou sala de aula? Acertou quem optou pela segunda resposta. S?o nelas que estudam mais de 40 crian?as em Juiz de Fora, atrav?s do m?todo Montessori.

Um jeito diferente de ensinar e aprender que d? liberdade para as crian?as e as incentiva a fazer deveres que v?o al?m do curr?culo obrigat?rio. Al?m disso, uma escola bil?ng?e que ensina ingl?s desde cedo.

A diferen?a para o m?todo convencional n?o p?ra por a?. Crian?as de tr?s a cinco e e de seis a oito anos de idade ficam na mesma turma. Atualmente, o col?gio possui essas duas classes e ano que vem a expectativa ? de criar outra para as crian?as entre oito e dez anos. Quando elas completam o ciclo dessas tr?s turmas est?o aptas a entrar na 5? s?rie do Ensino Fundamental.

Uma crian?a lavando lou?a (foto acima), limpando o ch?o, fazendo bolo e ainda aprendendo outras atividades. Isso acontece no m?todo Montessori. Na primeira etapa, as crian?as t?m total liberdade na sala para escolher o que querem fazer. Livros, atividades psicomotoras, artes, computador, cuidados com a natureza, m?sica e teatro. Tudo com orienta??o dos professores.

foto de uma sala com dois computadores foto de sala com v?rias estantes foto de uam sala grande com estantes

A diretora da Escola, Luciana Barros (foto abaixo), conta que os alunos adoram atividades de culin?ria. "Eles desenvolvem v?rias habilidades aqui. Nunca vi gostar tanto de liquidificador igual a eles. Quando quebram alguma coisa, eles mesmos limpam e criam desde cedo esse senso de responsabilidade", explica.

Colocar crian?as de diferente idades na mesma turma vem de uma id?ia de fam?lia para escola. "Em casa eles t?m irm?os mais velhos e aqui na escola os que t?m mais idade fazem esse papel. Os mais novos os t?m como exemplo e por isso participam melhor das atividades. Por outro lado os mais velhos aprendem melhor quando ensinam", observa Luciana.

Foto de Luciana Na primeira etapa (3 a 5 anos) eles fervem o leite, fazem torradas, plantam em uma horta da escola, fazem picol?. J? na segunda (6 a 8) fazem comida no fog?o, costura, bordado, descascam frutas, lavam copos e talheres. "Atividades que trabalham a intui??o de cada um e os preparam para a vida", avalia Luciana.

Nas estantes das salas de aula h? livros de todas as mat?rias e pe?as para atividades de recrea??o. A crian?a chega e pode optar pelo que vai fazer. Se ela gosta de literatura, vai para sess?o do livro da mat?ria, e o mesmo acontece com portugu?s, matem?tica e atividades pr?ticas. "Damos total liberdade para eles. O interesse por tudo parte deles que ficam mais preparados para aprender", explica Luciana.

Algu?m pode questionar que se eles podem escolher o que fazer, algumas mat?rias v?o ficar de lado. Mas, a partir dos seis anos de idade as professoras come?am a interferir um pouco, apesar de ainda darem autonomia as crian?as. A professora observa o que foi feito e depois tem a tarefa de incentiv?-lo a fazer trabalhos nas ?reas que procurou menos.

Os alunos passam a ser avaliados atrav?s de seus portf?lios. Toda a atividade que eles realizam durante o dia ? colocada dentro de uma pasta individual. ? neste momento que entra a importante figura do professor, que avalia tudo o que ? feito no portf?lio e os ajuda nas dificuldades encontradas. Assim, elas s?o avaliadas e possuem o mesmo conte?do do que em qualquer outra escola, s? que aplicada de forma diferente.

Caldeir?o Social

Essa escola faz parte de um projeto social implantado por uma empresa em Juiz de Fora. A maioria dos alunos ? filho de funcion?rios da empresa que ganham menos de dois sal?rios m?nimos. Todos eles t?m transporte gratuito at? o col?gio que fica no bairro Cascatinha e educa??o de gra?a.

Foto de alunos na aula A qualidade da escola e o processo de inclus?o social, trouxeram um outro projeto: o Caldeir?o Social. De acordo com a Luciana, uma forma de dar mais experi?ncia de vida para os alunos. "Funcion?rios do alto escal?o da empresa come?aram a se interessar em colocar os filhos no col?gio. Avaliamos e decidimos que isso seria interessante para a conviv?ncia dos meninos que t?m realidades totalmente diferentes", conta.

Por isso, esse ano a escola abriu vagas no setor particular. Uma mistura de classes sociais que, segundo Luciana, tem dado resultado. "Uma vez uma crian?a que n?o saia do computador foi na casa da outra e aprendeu a fazer pipa. Eles trocam experi?ncias, quebram preconceitos e ficam mais humanizadas", conclui.