A importância da humanização no processo de educação
À guisa de introdução, é válido contextualizar de que a evolução tecnológica intrinsecamente ligada à evolução da humanidade representa não só o ápice do desenvolvimento científico, como também está vinculado a aspectos econômicos, culturais, políticos, sociais, e, mais especificamente ao próprio homem, seu comportamento, a suas habilidades, atitudes, estilos de vida, a seu próprio ser.
A economia torna- se, na atualidade, submetida ao neoliberalismo um grave reflexo na vida do homem, e de uma forma muito especial, na do trabalhador exigindo a otimização do uso do seu potencial, requisitando-lhe um novo perfil que incorpore qualidades como flexibilidade, dinamismo, autonomia, capacidade de iniciativa, potencial para sobreviver às pressões de uma economia mundial, exigindo que esteja preparado para participar de uma competição desumana; requisitou-lhe um novo jeito de ser.
Em tal contexto brevemente exposto, surge o desafio da educação, a saber, da humanização, isto é, o educando não deve ser visto apenas como objeto do processo educativo, mas também como sujeito ativo no processo de ensino e aprendizagem. Mais do que preparar para o trabalho, o desafio é preparar o educando enquanto sujeito- cidadão para uma sociedade democrática que requer cada vez mais sujeitos autônomos.
O que implica no reconhecimento da compreensão de que o ser humano é um ser inacabado, um ser em processo constante de autoconstrução. Paulo Freire nos auxilia no prefácio da Pedagogia do Oprimido, sintetizando a compreensão dessa relação entre os seres humanos e o mundo: “Em linguagem direta: os homens humanizam-se, trabalhando juntos para fazer do mundo, sempre mais, a mediação de consciências que se coexistenciam em liberdade” (FREIRE, 2005, p. 22).
O humanismo consiste em permitir a tomada de consciência da nossa plena humanidade como condição e obrigação, como situação e projeto. Em síntese, para que se dê a passagem da consciência transitiva ingênua/ mágica para a consciência crítica é necessária que se processe no sujeito a conscientização acerca de sua própria realidade histórica. Somente a partir do reconhecimento de sua própria condição histórica é que o sujeito/educando poderá refletir e agir tendo em vista a transformação de sua própria realidade.
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