Juiz-forana é convocada para Mundial de Taekwondo no Egito

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Juiz-forana ? convocada para Mundial de Taekwondo no Egito
Sábado, 1 de julho de 2017, atualizada às 12h16

Juiz-forana é convocada para Mundial de Taekwondo no Egito

Dalila Rodrigues
*Colaboração

Campeã mineira e vice-campeã brasileira em 2015, campeã brasileira em 2016, bicampeã brasileira em 2017 e vice-campeã do Grand Slam. A atleta juiz-forana Danielly Vitória, de 13 anos, luta pela categoria cadete e já tem uma carreira experiente no Taekwondo - arte marcial que teve origem na Coreia e tem como objetivo estimular no atleta a flexibilidade, com a maioria de seus golpes aplicados com as pernas.

Danielly começou a se interessar pelo esporte aos quatro anos, quando ainda fazia balé, mas com a atenção sempre voltada para a sala ao lado, onde tinha as aulas de Taekwondo. Com as reclamações da professora, sua mãe a colocou para fazer também o que tanto lhe chamava atenção. Tempo depois, deixou o balé de lado, saiu do colégio e começou os treinos em academia, onde passou a se profissionalizar, subindo de fases e chegando até a faixa preta.

Treinada pelo mestre Marcelo Bicalho, seu preparo é feito de segunda a sexta, uma hora por dia. Próximo aos campeonatos, os treinos são intensificados, passando para duas ou três horas por dia na MM Academia, em Benfica, Zona Norte de Juiz de Fora. Além disso, duas vezes por semana são feitos exercícios de preparo físico e respiratório. A alimentação também é regulada e deve ser saudável para estar sempre dentro do peso que é permitido. “Consegui patrocínio recentemente de uma nutricionista para me auxiliar na alimentação, mas já cuido disso sempre me alimentando bem antes do treinos com comidas leves para não atrapalhar meu empenho e em semana de campeonato também evito comer coisas pesadas, como massas,  por exemplo”, relata.

Além do patrocínio de nutricionista, Dani também conta com apoio da VidAtiva, onde faz os treinos de condicionamento físico e apoio financeiro da Clientt Negócios Imobiliários. Porém, ainda está em busca de novos apoiadores, já que na maioria das viagens os gastos são por conta do atleta.

Inspiração

Sua maior inspiração não é dentro do Taekwondo. Segundo ela, Usain Bolt é a pessoa em quem se espelha no esporte. “As pessoas falavam com ele que não conseguiria correr muito rápido por conta da altura e ele provou pro mundo inteiro que poderia ser o melhor”. Ainda acrescenta que “quando as pessoas falarem que eu não vou conseguir, vou sempre mostrar que posso sim”.

Estudos e viagens

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Ter tempo específico para os estudos e coloca-lo em primeiro lugar é essencial. De acordo com Danielly, o mestre cobra ter boas notas e disciplina. Caso contrário, não é permitido fazer exame de troca de faixas e participar de campeonatos. Ela conta que quando precisa faltar as aulas, devido viagens mais longas, a federação é obrigada a entregar uma declaração para ser apresentada no colégio. “A maioria dos campeonatos são aos finais de semana, mas quando é preciso faltar aula, tenho que correr atrás de toda matéria perdida.” diz. “Tudo exige estudo. Por exemplo, vou para o mundial e, para isso, preciso saber até outras línguas”, conta.

Suas viagens são acompanhadas, na maioria das vezes, por seu mestre, que também leva sua filha Luiza Bicalho, 17 anos, para as competições na categoria juvenil. Luiza irá representar o Brasil no Pan-Americano de Taekwondo, na Costa Rica. Os  pais também acompanham Danielly nas disputas, quando possível, e em viagens mais próximas, eles mesmos a levam.

Momentos Marcantes

No ano passado, a lutadora foi campeã brasileira. Ela diz que treinou muito para conseguir o título, porém, achou diferente, pois não sabia o que seria o campeonato e qual era a sensação de ser considerada a melhor do país em sua categoria. “É muito satisfatório pra mim conseguir conquistar isso tudo tão nova, ainda mais sabendo que vou para fora do país com tão pouco tempo”.

A vitória foi surpreendente, pois no caminho do campeonato, ela e sua família sofreram um acidente de carro. Ninguém se feriu, mas Danielly narra que só foi possível competir porque seu mestre se ofereceu para leva-la e emprestou roupas de sua filha, já que não era possível nem tirar as coisas de dentro do carro capotado. "Não esperava conseguir o título. Estava um pouco abalada com o acidente".


Convocação para o Egito

Ano passado, Danielly foi campeã do Campeonato Brasileiro onde conseguiu pontos para participar do Grand Slam, no Rio de Janeiro, quando conquistou o segundo lugar no pódio. Com esse título, passou a ser integrante da Seleção Brasileira como reserva.

A juiz-forana explica que a campeã do Grand Slam teria a oportunidade de participar do campeonato Mundial no Egito e também do Pan-Americano na Costa Rica, e se caso optasse apenas por um deles, ela poderia ir no outro, já que foi vice-campeã.

Na metade do mês de junho, foi divulgado que devido as proximidades das datas do dois campeonatos, ambos em agosto, a titular teria que escolher entre os dois, foi então que surgiu a convocação. “Fiquei muito emocionada quando recebi a noticia, não acreditei. É muito difícil conquistar isso, até então não imaginava que iria, foi um impacto muito grande” conta. “Vou tentar conseguir um título, subir os degraus para chegar cada vez mais longe”.

A Confederação Brasileira de Taekwondo não oferece ajuda para a categoria que ela representa, e a viagem para o Egito fica em torno de R$15.000. Para tonar a ida dela cada vez mais possível, seus pais estão a procura de novos patrocinadores, fazem rifas para arrecadas fundos e também abriram uma conta no banco Itaú. Os interessados em apoiar a lutadora, podem depositar qualquer valor na Conta Corrente: 47002-3 e Agência: 1345.


Com informações de

*Dalila Rodrigues é estudante do 3º período de Jornalismo da Estácio de Sá