Livro que narra história de Mário Helênio será lançado em JF

Editado por professores da Faculdade de Comunicação da UFJF, obra é uma biografia autorizada do jornalista esportivo

Lucas Soares
Repórter
29/10/2014

Os habitantes mais novos de Juiz de Fora, certamente, associam o nome Mário Helênio ao estádio municipal da cidade, sem, talvez, desconfiar a origem. Já os moradores mais antigos se lembram do mais famoso jornalista esportivo da história do município, responsável por manter acesa a paixão do torcedor e ouvintes de rádio pelo futebol nas décadas passadas.

Foi buscando resgatar essa memória que os professores Álvaro Americano, Márcio Guerra, Christiane Paschoalino e Ricardo Bedendo e os estudantes Thiago Esteves e Vitor Ramos da Faculdade de Comunicação (Facom) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) pesquisaram, durante um ano, a história de vida do jornalista. "É uma biografia autorizada. A família disponibilizou todos os documentos que tinham guardado do Mário para nós. Foi nossa base de toda a pesquisa. A partir daí tivemos uma coleta de depoimentos de cerca de quarenta pessoas que conviveram com ele e contribuíram para ampliar a pesquisa. Isso nos ajudou a reconstruir a história em três momentos: a vida pessoal, a vida profissional e o legado, que são as três fases do livro", explica Guerra.

Ainda de acordo com Guerra, um dos fatos descobertos na pesquisa, é que Mário Helênio foi considerado o jornalista mais novo do Brasil, aos onze anos. "Na década de 40, o Mário foi ao Rio de Janeiro com o pai, Jarbas de Lery Santos, que era um deputado constituinte. O pai dele ia estar com Getúlio Vargas e deixa o Mário no hotel. O Mário fugiu do hotel e foi até a redação do jornal O Globo para procurar um jornalista famoso na época, o Edi Moozes, deixando todos apavorados. Ele conversou com o jornalista, contou que tinha fugido e disse quem era o pai dele. Foi levado ao Palácio do Catete, onde o pai iria fazer a entrevista com o Getúlio. O Mário também participou da entrevista. No dia seguinte, na primeira página do O Globo, saiu uma nota dizendo que estava no Rio de Janeiro o mais novo jornalista do Brasil", conta.

O professor Ricardo Bedendo, que conviveu pouco com Mário Helênio, afirma que a obra foi importante para outros jornalistas, principalmente os mais novos, para que conheçam quem foi o nome mais importante da história da profissão na cidade. "Foi um trabalho muito prazeroso. Tive oportunidade de conviver um período rápido da minha vida profissional com ele. Eu comecei em 1995, que foi o ano em que ele faleceu. Eu tinha muita curiosidade de saber um pouco mais sobre o Mário. Essa oportunidade de fazer a pesquisa foi muito gratificante, tanto como jornalista, quanto como professor. É uma experiência única que vai contribuir muito para a formação dos novos jornalistas", garante.

Para Bedendo, Mário Helênio foi uma das figuras mais importantes para Juiz de Fora, não só pela sua contribuição jornalística. "Ele amava intensamente a cidade onde ele nasceu e constituiu sua família. Ele incentivou todas as práticas esportivas e outros eventos ligados à cultura e a vida de Juiz de Fora, como o Carnaval. Ele era apaixonado pelo Carnaval e foi reconhecido como um homem de grande incentivo à cultura daqui", relata.

O lançamento do livro será nesta quinta-feira, 30 de outubro, às 19h, no saguão do Estádio Municipal Radialista Mário Helênio e terá a presença da família do homenageado. O projeto foi viabilizado com recursos de uma emenda parlamentar enviada pela deputada Margarida Salomão (PT), que também estará presente. "Vamos reunir pessoas que tiveram uma história significativa no esporte da cidade. Pessoas que viveram essa época, que estão meio esquecidas no meio esportivo, vão estar lá prestigiando. É um convite aberto, não é necessário convite para ir", conclui Guerra.

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