Segunda-feira, 5 de setembro de 2016, atualizada às 8h30

Menino de 7 anos cria clube de leitura em sala de  aula

Angeliza Lopes
Repórter
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Viajar no tempo e espaço, voar entre mundos de fantasias e imaginação. Uma criança pode alcançar todos esses lugares no correr dos olhos sobre as páginas de um bom livro. O hábito da leitura desde a infância estimula um verdadeiro turbilhão de sensações e eternizar um hobby enriquecedor durante toda a vida. Foi assim que o filho, de 7 anos, de Flávio Geraldo de Araújo e Paula Patrícia Tófoli, moradores de Barbacena, se encantou pela literatura.

O pai relata que o casal contava histórias para Enrico Tófoli de Araújo antes de dormir quando ele ainda era pequeno, usando diversos livros. Anos depois, o garoto ganhou sua primeira coleção. “A partir daí não parou mais. Ele já leu 79 obras e se perguntar a ele se prefere livros a brinquedos, a resposta é sim!”, afirma Araújo. Mesmo com pouca idade, o menino incentivou amigos da sala de aula a lerem e começaram a trocar livros na escola, o que acabou se transformando em um clube de leitura.

A professora de Enrico, Ieda Maria Rossi Hespanhol, conta que o aluno começou a levar para a escola livros e no final da aula mostrava aos colegas. A primeira literatura que dividiu em sala foi o Diário de um Zumbi. “Tudo foi muito natural. Um colega trouxe um livro também. Depois outro. Foi quando eu percebi que eles estavam com uma coleção” explica, completando que o clube acabou sendo formado de forma espontânea. “Minha participação foi em ajudá-los a organizar os empréstimos e trocas dos livros e expandir para todos da turma, pois o clubinho era formado por cerca de seis meninos”.

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Outro passo foi guardar os livros no armário da escola para evitar que eles tivessem que levá-los na mochila todos os dias. Com o passar do tempo, Ieda relata que uma parte da sala quis levar os livros para o recreio e ficar lendo em vez de brincar. Muitos alunos pediram seus pais para comprar livros e levar para a escola.

“Vejo com grande valia esse momento. A leitura com prazer é a melhor maneira de formar um leitor. Enrico demonstrou esse desejo e transmitiu aos colegas. A nossa escola é uma instituição que valoriza e incentiva muito a leitura”.

Estímulo desde cedo

A psicopedagoga e arteterapeuta Kátia Moraes de Almeida aconselha os pais a estimularem seus filhos desde cedo a ler a partir da leitura de cabeceira. “As obras indicada são os contos infantis, que possuem a sabedoria dos mitos e ritos da nossa história. Também devemos dar o exemplo. As crianças imitam os pais e devemos também levá-las a bibliotecas e bienais”, informa.

Presentear as crianças com com livros também é uma dica da psicopedagoga. “A leitura é a porta da viagem para o mundo da imaginação, sem ela não é possível o homem se comunicar com sabedoria. O analfabetismo pode ser comparado a uma restrição dos sentidos”.

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