O avanço tecnológico e a imprescindível capacidade de conhecimento humano  

Jungley Torres Jungley Torres 6/02/2020

Com o advento tecnológico e o seu desenvolvimento na vida humana refletida no modo de agir, pensar e se relacionar, a tecnologia/ enquanto instância virtual tem se sobreposto cada vez mais a vida real. Entende-se, então, que em nossa Era as transformações sociais estão diretamente ligadas às transformações tecnológicas.

Desta maneira, novas concepções surgiram, novas práticas e ocupações. Tudo é veloz e muda muito rápido, quase que num “piscar das luzes”. Usam-se nomenclaturas para designar a nossa atual sociedade como: Sociedade Midiática, Era Digital, Era do Computador. Daí uma importante constatação: a sociedade passou a ser denominada não por aquilo que é ou pelos seus feitos, mas a partir dos instrumentos que passou a utilizar para evoluir.

O cidadão passou a ser um potencial consumidor, isto é, passou a ter uma diversidade de possibilidades de escolhas e se inseriu na Sociedade Digital e da Informação, onde tem o “poder” de realizar todo tipo de operações e manter conexão com qualquer indivíduo, mútua e reciprocamente.

É impossível não ver os benefícios que as novas tecnologias trouxeram, no entanto, trata-se aqui, nessa breve exposição, de problematizar o advento tecnológico e mostrar a fundamental importância dos recursos e capacidade de conhecimento humano. É preciso tomar cuidado para que não sejamos “engolidos” por esse advento tecnológico, e que a tecnologia não se torne nossa “senhora”, mas que seja nossa ferramenta e aliada em nossas funções.

Tecnologia é fundamental, tecnologia é ferramenta. Eu não tenho uma escada para ficar na escada, mas para ir a algum lugar. É preciso ter objetivo e saber onde quer chegar, pois “para quem não sabe onde vai, qualquer caminho basta”. Acima da tecnologia está a nossa imprescindível capacidade humana de criar, inovar, fazer melhor e ir além do óbvio e dos obstáculos.

Segue a exemplificação de uma história verídica e que muito nos expressa a importância de se preservar e valorizar o potencial de capacidade humana: uma famosa empresa multinacional com fábrica em São Paulo estava com um problema sério. Algumas de suas caixas de pasta de dente estavam indo para o mercado sem a bisnaga dentro. Foram contratados dois engenheiros de produção muitos famosos no meio. Depois de algumas semanas trabalhando em cima da solução, os dois a encontraram. Primeiramente, envolvia uma sensível balança que mediria a diferença de peso entre uma caixa com o produto e uma caixa sem. Um computador especialmente preparado, um software especialmente desenvolvido e, ao fim da linha, um braço mecânico especificamente desenvolvido para a tarefa cuidariam para que o produto defeituoso fosse para uma área de rejeitos. E, quando isso acontecia, todo o sistema era paralisado. Investimento: R$ 8 milhões.

Depois de três meses, verificou-se que mais nenhuma caixa de pasta de dente vazia chegava às prateleiras. Conclusão: a coisa funcionava. Outra verificação, esta um tanto surpreendente: há dois meses o sistema desenvolvido pelos engenheiros estava DESLIGADO. Os gerentes foram falar com os funcionários. Eles explicaram que o novo sistema era bom e realmente detectava as caixas que saíam vazias da produção. Porém, sempre que uma dessas aparecia a linha era parada e tudo atrasava.

Eles resolveram fazer uma vaquinha para comprar um ventilador dos grandes que foi colocado, ao lado, na linha de produção, perto do computador, da balança e do caro braço mecânico. Sempre que uma caixinha vazia aparecia, por ser mais leve, era soprada pelo vento.

Verifica-se, fundamentalmente, a imprescindível capacidade humana de lidar com os eventuais “problemas” do dia-a-dia e a sua fonte inesgotável de recursos propriamente humano, isto é, a capacidade de relacionar, associar, distinguir, operar, articular, e isso, através do pensamento racional, da analise reflexiva, progressista e operante diante das coisas.

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