Zaga volta a falhar e Tupi é derrotado pelo Joinville na Série B

Matheus Brum
*Colaboração
1/06/2016

31 é 13 ao contrário. Quando se pensa no segundo número, qual a primeira lembrança que vem à mente? Não se lembra? Foi nessa data que o Tupi estreou na Série B, contra o Goiás. O Esmeraldino, de uniforme branco, sofreu muita pressão do Galo, mas conseguiu um gol no final da partida, com Cléo. Para àqueles que não acreditam que "um raio caí duas vezes no mesmo lugar", é melhor repensar essa filosofia. Porque na última terça feira, 31 de maio, de novo dentro de casa, de novo jogando melhor, e de novo contra um adversário de camisa branca, o Tupi, de novo sofreu um gol no final e saiu derrotado. Ao invés de Cléo, o autor do gol decisivo do Joinville foi Murilo, em contra-ataque.

O alvinegro entrou em campo com três mudanças em relação ao time que perdeu para o Bragantino. Saíram Formiga, Jataí (suspenso) e Sacilotto (lesão), e entraram Henrique, Filipe Alves e Recife, respectivamente. Na frente, a velha trinca, com Silvy na esquerda, Jonathan na direita e Giancarlo de centroavante.

O time começou bem, se impondo, principalmente pela direita. Henrique e Jonathan combinavam muito bem as jogadas, sempre levando perigo. Foi justamente o meia, camisa 10, que teve a primeira chance do jogo, aos 8 minutos, quando recebeu inversão de Bruno Costa e perto do bico direito da grande área, chutou e bola passou raspando o travessão.

Dois minutos depois, o JEC devolveu o perigo. O zagueiro Bruno Aguiar cobrou falta do "meio da rua", e ela saiu raspando a rede pelo lado de fora, tirando alguns suspiros aliviados dos torcedores.

A partir daí foram uma sucessão de gols perdidos pelo "Fantasma do Mineirão". Heitor, Bruno Costa e Thiago Silvy desperdiçaram chances ótimas. O primeiro, aos 14, subiu mais alto que a zaga depois de um escanteio pela direita, mas mandou para fora. O segundo, aos 17, isolou depois de receber um rebote livre no bico esquerdo da pequena área. E por fim, o terceiro não conseguiu concluir um excelente cruzamento de Henrique, aos 21 min.

Durante esses momentos de perigo, um paradoxo começou a surgir na cabeça dos torcedores. Pela direita, tudo ia muito bem, obrigado. Henrique e Jonathan casavam muito bem as jogadas. Já pela esquerda, Silvy e Bruno Costa não conseguiam levar muito perigo. Uma explicação simples para isso é o fato de que o camisa 2 é lateral direito com excelente ímpeto ofensivo. Porém, deixando a desejar atrás. Já o camisa 6 é zagueiro de origem, que está se adaptando como lateral. Só que, suas chegadas no ataque são esporádicas e nem sempre levam perigo, por essa falta de experiência na posição.

E foi justamente esse antagonismo que marcou o primeiro gol do Joinville. Aos 38, Juninho foi lançado nas costas de Henrique, foi até a linha de fundo e cruzou rasteiro para Fernando Viana balançar as redes.

O gol deu uma baqueada no Tupi, que quase sofreu o segundo dois minutos depois. Dessa vez foi Bruno Costa que falhou, deixando Fernando Viana livre na direita. Ele fez um cruzamento rasteiro no segundo pau, mas Cléo Silva não conseguiu alcançar.

A resposta do Tupi veio aos 43, quando Heitor recebeu cruzamento da esquerda e cabeceou por cima do goleiro Oliveira.

Na volta do intervalo, o Tupi veio com duas mudanças. Serrato e Jonathan saíram para a entrada de Ygor e Michel Henrique.

Essas mudanças mudaram um pouco o desenho tático da equipe. Ao invés de 4-3-3, o time foi para o 4-2-3-1, com Filipe Alves ficando na contenção, Recife na saída de bola, e Ygor na armação. Na frente, Michel herdou a posição de Jonathan, na ponta direita.

Porém, o time não melhorou com as mudanças. Aliás,só piorou. O toque de bola que foi envolvente no primeiro tempo desapareceu, e os lançamentos foram cada vez mais usados. O time perdeu o meio de campo, com atacantes perdidos na frente. Ygor não conseguiu dar a movimentação e a criatividade que era esperado dele na partida.

Aos 11, a sorte resolveu "sorrir" para o Tupi. Numa jogada despretensiosa pela direita, a bola foi jogada na área, passou pelo zagueiro Victor Oliveira e pelo goleiro Oliveira e sobrou limpa para Giancarlo, que com gol vazio só teve trabalho de empurrar a bola, marcando seu primeiro gol com a camisa alvinegra.

A partir daí, o jogo virou praticamente ataque contra defesa. Precisando de um resultado positivo diante do seu torcedor, o Galo ia para cima o tempo todo, deixando enormes "buracos" na defesa, permitindo contra-ataques perigosos.

E, num desses contra-ataques, aos 48 minutos, o JEC "fechou o caixão". Pereira puxou pelo meio, abriu para Murilo na esquerda, que invadiu a grande área e acertou um belo chute no ângulo direito de Glaysson. Depois do tento, os torcedores deixaram o Estádio Municipal Radialista Mário Helênio protestando. Mais uma derrota em casa, e pior, mais uma derrota sendo melhor. O time de Santa Catarina chegou poucas vezes ao gol carijó. Porém, a efetividade fez a diferença. Um time conseguiu transformar as chances em gols, enquanto o outro, não .

Com a derrota, o Tupi volta à zona de rebaixamento, e fecha a quinta rodada da Série B na 18ª posição, com apenas três pontos. A equipe volta a campo no próximo sábado, dia 4 de junho, às 16h, contra o Londrina, no Estádio do Café.

Ficha Técnica

Tupi: Glaysson; Henrique, Heitor, Rodolfo Mol e Bruno Costa; Filipe Alves, Recife e Marcos Serrato; Jonathan, Thiago Silvy e Giancarlo. Técnico: Ricardo Drubscky

Joinville: Oliveira; Everton Silva, Bruno Aguiar, Victor Oliveira e Júnior Tavares; Naldo, Paulinho Dias, Pereira e Cléo Silva; Juninho e Fernando Viana. Técnico: Hemerson Maria

Arbitragem: Caio Max Vieira (RN), auxiliado por Francisco Jaílson da Silva (RN) e Thiago Rosa de Oliveira (RJ)

Público / Renda: 783 pagantes, 1133 presentes / R$15.000,0


*Matheus Brum nascido e criado em Juiz de Fora, jornalista em formação pela Universidade Federal de Juiz de Fora, e desde criança, apaixonado pelo Flamengo e por esportes. Já foi estagiário na Rádio CBN Juiz de Fora. Atualmente é escritor do blog "Entre Ternos e Chuteiras"; colaborador da Web Rádio Nac, apresentando uma coluna de opinião diariamente; editor e apresentador do programa Mosaico, que vai ao ar semanalmente na TVE, canal 12, e é membro da Acesso Comunicação Júnior, Empresa Júnior da Faculdade de Comunicação da UFJF, trabalhando no Departamento de Projetos e no núcleo de Jornalismo.

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