Serviço de carro de apoio para pessoas com deficiências é limitado

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Quarta-feira, 18 de abril de 2012, atualizada às 18h21

Serviço de carro de apoio para pessoas com deficiências ainda é limitado em Juiz de Fora

Jorge Júnior
Repórter

Atualmente, em Juiz de Fora, cerca de 250 pessoas portadoras de necessidades especiais utilizam o serviço do carro de apoio por mês, segundo o secretário de transporte e trânsito da cidade, Márcio Gomes Bastos. No último mês, foram registrados 2.709 agendamentos de viagens, mas de acordo com Barros, o serviço oferecido à população é limitado. "Cerca de 25% desses pedidos acabam sendo não utilizados, por desistência dos próprios usuários", conta.

No entanto, a vereadora Ana das Graças Côrtes Rossignoli (PDT) acredita que o serviço não tem sido oferecido corretamente à população. Com essa ideia, a legisladora questionou o canal de comunicação do setor. "Se a gente quer fazer o pedido para utilizar os carros tem que ligar dois dias antes. O atendimento começa às 8h e só conseguimos ser atendidos uma hora depois, isso porque os telefones estão sempre ocupados", afirma a vereadora durante audiência pública realizada na tarde desta quarta-feira, 18 de abril, na Câmara Municipal.

Além disso, Ana questiona a quantidade de funcionários para atenderem as ligações. "Existem três números para ligarmos, porém, apenas uma pessoa para atender todas as ligações. Com isso, os cidadãos que precisam do serviço não estão sendo atendidos como deviam, ficando até impossibilitados de realizarem consultas", ressalta. A vereadora contesta também se o município realiza a fiscalização dos carros de apoio.

Outro ponto levantado por Ana foi a questão da locomoção das crianças deficientes para as escolas. "Existem casos em que os pais não levam os filhos para se alfabetizarem, porque falta carro. Transportar um deficiente físico com dificuldade de movimento é muito difícil." Para Ana, os carros precisam, além dos motoristas, de um segundo funcionário capacitado para auxiliar os usuários.

Quem confirma a deficiência do serviço é o juiz-forano Francisco de Paula. "Minha irmã está camada há 30 anos e nunca foi atendida pelo carro de apoio." Para o vereador José Emanuel Esteves de Oliveira (PSC), o problema vai além das questões públicas, necessitando de apoio privado. "Quem depende dos carros de apoio é a população de baixa renda. Não adianta fazer reunião e ficar debatendo, porque daqui a seis meses, o serviço vai estar enfrentando as mesmas dificuldades. O que precisamos é de apoio dos empresários locais, que só pensam em sugar dinheiro do povo."

Inclusão

O diretor do Núcleo de Atendimento Especial à Pessoa com Deficiência, Wesley Barbosa, explica que o órgão realiza todos os credenciamentos das demandas fixas, como fisioterapia e hemodiálise, por exemplo. Barbosa destaque que desde 2009, o departamento vem trabalhando para incluir os portadores de deficiências no transporte público e também nos carros de apoio. "Aumentamos os números de veículos passando de nove, para 14, aumentando em quase 80% da frota."

O secretário esclarece que a Associação Profissional das Empresas de Transporte de Passageiros de Juiz de Fora (Astransp) é prestadora do serviço de ônibus adaptado na região e não as empresas donas dos veículos. "Desde 2004, estamos implantando o sistema em Juiz de Fora. Atualmente, cerca de 60% da frota e 90% das linhas são adaptadas, além dos táxis, que já circulam nas ruas."

Márcio Gomes Bastos afirma que existe um treinamento com os condutores dos carros de apoio, para que o atendimento seja feito com presteza, mas apesar da legislação garantir um acompanhante no veículo, na cidade ainda não existe. "É feito um controle rotineiro no serviço oferecido à população."

Ainda segundo Gomes, a maioria dos atendimentos prestados são por demandas fixas e os agendamentos realmente devem ser feitos 48 horas antes. "Estamos nos esforçando para regulamentar a lei, bem como um estudo de reestruturação dos veículos públicos, focando na tipologia dos ônibus." O secretário afirma ainda que sobre o transporte escolar para essas pessoas, também já existem um estudo. "Na maioria das vezes, a Settra utiliza os próprios carros para suprir a demanda", conta.

Os textos são revisados por Mariana Benicá