Alexandre Ank é promessa para os Jogos Parapan-americanos

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Alexandre Ank ? promessa para os Jogos Parapan-americanos Atleta juizforano embarca para o Rio no pr?ximo m?s
com chance de voltar com medalha

Guilherme Ar?as
Colabora??o*
10/07/2007

Pela primeira vez na hist?ria, as competi?es dos Jogos Parapan-americano ser?o disputadas na mesma cidade que os Jogos Pan-americanos, com proximidade de data de realiza??o. Os atletas paraol?mpicos tamb?m ficar?o com as mesmas instala?es, incluindo a vila onde s?o hospedadas as delega?es. Reconhecimento para o trabalho desses atletas que, a cada dia, superam seus limites.

O juizforano Alexandre Ank, vai conferir tudo isso de perto. Mesatenista desde 2002, ele integra a equipe brasileira que tenta conquistar medalhas nos jogos. A prepara??o para o Parapan-americanos come?ou em janeiro. Depois de algum tempo em Curitiba e 20 dias parado, em raz?o de uma cirurgia no cotovelo, o atleta de 27 anos conseguiu a vaga para o Pan, em abril, na seletiva que aconteceu em S?o Paulo.

Depois da garantia da vaga no Pan, Alexandre passou 36 dias na Europa, treinando e disputando nas etapas da Rom?nia, Eslov?quia e S?rvia. A experi?ncia foi importante, pois o treinamento europeu valoriza a qualidade e n?o a quantidade de horas treinadas.

"Aqui no Brasil os atletas costumam treinar de quatro a oito horas por dia. L? o treino dura cerca de quatro horas, divididas em 2 per?odos. No primeiro, destaca-se o volume e o controle. Na segunda etapa o foco vai para a parte t?cnica e t?tica".

Outra inova??o no treinamento do atleta na Europa ? um rob? que atira as bolinhas para serem rebatidas. Se aqui no Brasil n?s tiv?ssemos um rob? daquele o nosso treino seria muito melhor. Os mesatenistas brasileiros poderiam chegar ao n?vel dos europeus", defende Alexandre.

O Parapan

Para o mesatenista, o Brasil tem chance de sair com medalhas na modalidade. "Chance de medalha eu tenho. Mas tudo vai depender do momento do jogo. Pode acontecer algum imprevisto e eu n?o quero assegurar que vou trazer uma medalha. Mas vou lutar por isso". O maior advers?rio no Parapan do Rio ? um companheiro da equipe brasileira. Ivanildo Freitas, de S?o Paulo, joga contra Alexandre nas disputas individuais e junto com ele nos jogos por equipe. Al?m do brasileiro, os atletas da Argentina, Estados Unidos e M?xico s?o os grandes advers?rios que Alexandre ter? no Rio.

Na semana que vem, Alexandre embarca para Belo Horizonte, onde se encontra com seu treinador, Luis Henrique Vilani. O t?cnico acredita nas chances do juizforano em conquistar medalhas para o Brasil. "N?s vamos intensificar os treinos em Belo Horizonte, mas ele est? bem preparado para o Parapan. Alexandre foi o atleta com o melhor rendimento dentro da classe dele no ano passado. O treino na Europa tamb?m foi importante para ele desmistificar a superioridade dos atletas europeus", afirma.

No dia 1? de agosto os atletas do t?nis de mesa se encontram em Resende (RJ), onde se concentram at? o dia 7. Depois o grupo j? embarca para a vila Panamericana, no Rio de Janeiro. A abertura dos Jogos Parapan-americanos acontece no dia 12 de agosto e as competi?es seguem at? o dia 19. As disputas do t?nis de mesa acontecem no pavilh?o 4 do Rio Centro.

Alexandre vai disputar a categoria open (independente da classe), por equipe, al?m das classes 4 e 5. A defini??o de cada classe, no t?nis de mesa adaptado, ? dada pelo tipo de les?o que o atleta apresenta. No caso de Alexandre, o juizforano perdeu o movimento dos membros inferiores depois do acidente que sofreu, aos 17 anos. No Parapan do Rio, os atletas competem divididos em 11 classes funcionais, das quais cinco s?o para quem se locomove, cinco para cadeirantes e uma para atletas com defici?ncia mental.

Assim como para a grande maioria dos atletas brasileiros, o patroc?nio ainda ? a grande dificuldade encontrada por Alexandre. Apesar disso, o atleta recebe o apoio do Governo Federal, Minas Paraol?mpico, Prefeitura de Juiz de Fora, Gemacom, Faculdade Granbery, Blue Station e Clube S?rio Liban?s, onde treina diariamente quando est? em Juiz de Fora.

Depois do Parapan, Alexandre embarca para disputas na Argentina, em novembro, e Cro?cia e Alemanha, em dezembro. Mas antes ele pretende voltar com um projeto social que desenvolve em Juiz de Fora, o Atleta do Futuro. A iniciativa visa treinar crian?as, com o objetivo de profissionaliz?-las para o esporte. "Com as prepara?es para o Parapan tive que deixar o projeto um pouco de lado, mas em setembro eu volto com ele", conclui.

Os torcedores brasileiros e juizforanos torcem para que, no futuro, o projeto revele novos campe?es do t?nis de mesa. Mas, por enquanto, a torcida ? para que, num futuro mais pr?ximo, Alexandre traga a bagagem um pouco mais pesada do que a que saiu de Juiz de Fora.


*Guilherme Ar?as ? estudante de Jornalismo da UFJF