Tenista juiz-forano completa dez anos de carreira com bons resultados e dificuldadesThiago Aguiar garante que 2011 é a sua melhor temporada, com sete finais e cinco títulos em nove torneios

Victor Machado
*Colaboração
25/11/2011
Thiago Aguiar com troféu de campão

Completando dez anos de carreira em 2011, o tenista juiz-forano de 23 anos, Thiago Aguiar, sofre com uma rotina de trabalhos e treinamentos para se manter no topo. Com todo esforço, no ano em que completa uma década de atividades, Aguiar faz a sua melhor temporada, com participação em nove torneios, chegando a sete finais e conquistando cinco títulos.

Ao contrário da maioria dos tenistas que começam a treinar por volta dos 8 anos, Aguiar teve o seu primeiro contato com o tênis aos 13 anos. Incentivado por um amigo, já praticante da modalidade, ele começou com uma brincadeira e logo abandonou o futebol para treinar cerca de quatro a cinco horas por dia. "Já no meu primeiro contato, gostei muito. Comecei a fazer aula e rapidamente passei a me dedicar aos treinamentos. Fui vice-campeão de um torneio no primeiro ano, o que me motivou ainda mais."

Hoje em dia, o tenista não se considera nem totalmente amador, nem totalmente profissional. "Infelizmente, não é possível sobreviver do tênis, mas disputo campeonatos valendo dinheiro e ganho alguns destes torneios. Então, estou no meio termo." Em toda a sua carreira, o atleta destaca o gosto pelo que faz como uma forma de alcançar bons resultados. "Treinar nunca foi uma obrigação para mim. O tênis me permitiu conhecer vários lugares, pessoas e viver situações que não viveria em outras profissões."

Carreira

Em números, a carreira de Aguiar é representada por bons resultados. Logo aos 17 anos, ele já figurava entre os oito melhores atletas da Federação de Tênis do Rio de Janeiro. "Sempre participei de torneios pela Federação do Rio de Janeiro por questão de logística e financeira. Dos 14 aos 18 anos, disputei uma média de 25 torneios por ano, então, quanto menor a distância, menor a despesa."

Ao longo dos dez anos, o tenista participou de 57 finais e conquistou 32 títulos. Desse total, foram dez finais de campeonatos estaduais, com cinco títulos, e três finais de Campeonatos Brasileiros, com um título em Aracaju, em 2006. "O Brasileiro foi um capítulo à parte. Fui nos dois anos anteriores e perdi na primeira fase. Em 2006, quase não participei, fui de última hora e acabei vencendo." O atleta ainda disputou 27 finais de torneios de primeira classe, envolvendo amadores e profissionais com premiação, e conquistou 14 títulos.

Dificuldades

O grande desafio para o atleta é conciliar a rotina de treinamentos e trabalho. Além de tenista, Aguiar ainda é treinador dos times Infantil e Adulto de Handebol do Sport Club Juiz de Fora, preparador físico e auxiliar técnico da equipe de Vôlei do Clube Bom Pastor, categorias de base da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), e coordenador do projeto de tênis Primeiro Tempo, que envolve cem pessoas no meio acadêmico da UFJF.

Treinamentos

Devido à rotina, o atleta treina cerca de dez horas por semana entre treinamentos físicos e em quadra. "Procuro juntamente com o meu treinador, Paulo Tavares, melhorar meus fundamentos, movimentação de pernas e trabalho de fundo de quadra. Devido a uma lesão crônica no quadril, a gente procura deixar o treino em quadra mais intenso e com duração menor." Aguiar ainda busca ter uma alimentação equilibrada para compensar o desgaste físico das competições. Ele afirma que procura comer carboidrato e verdura. O esportista chega a perder entre 4 kg e 5 kg por fim de semana de jogos.

Suas principais características são a regularidade e o preparo físico. O fato de medir 1,71 metros faz com que o atleta tenha uma envergadura menor e precise apostar na vontade para superar a baixa estatura. "É mais difícil chegar na bola por ser mais baixo. Então, compenso com muita vontade e um lado psicológico forte. Não entrego jogo e para ganhar de mim tem que vencer ponto a ponto."

Independente dos resultados e das dificuldades, Aguiar deseja continuar disputando torneios de tênis enquanto tiver disposição para buscar a evolução. "Tênis é a coisa que eu mais gosto de fazer. Vivo o esporte e ele faz parte da minha vida. Sou muito grato a ele, pois passei por emoções, vivência e aprendi valores como educação, persistência, entre outros." E o tenista indica o esporte a todas as pessoas e garante que não se trata de uma modalidade cara. Uma raquete pode ser comprada por R$ 150 a R$ 200 e dura cerca de três anos, já um tubinho de bolas sai por R$ 15 e um tênis por R$ 80. 

*Victor Machado é estudante do 8º período de Comunicação Social da Faculdade Estácio de Sá

Os textos são revisados por Thaísa Hosken