Perdas

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A dor da perda
Saiba como aceitar e superar a dor da perda
Conhe?a as hist?rias de quem deu a volta por cima

D?bora Sereno
19/01/04

Ana Stuart fala as etapas que a pessoa passa quando sofre a perda. Conhe?a tamb?m hist?rias!

Um dia eles est?o l?, fazem parte da sua vida, do seu cotidiano. De repente, j? n?o est?o mais. Pode ser um grande amor, um amigo, um animal de estima??o ou um objeto com valor sentimental. Quem j? enfrentou a dor da perda, sabe que aceitar e superar esse sentimento n?o ? nada f?cil.

A psic?loga, Ana Stuart, explica que cada pessoa reage de forma diferente ? uma perda. Mas as rea?es mais comuns s?o as depress?es e as depend?ncias - que funcionam como uma forma de fuga. Outras pessoas somatizam o sentimento em algum ?rg?o, desenvolvendo doen?as psicossom?ticas. H? ainda aqueles que, com medo de enfrentar essa dor novamente, criam uma barreira e se tornam insens?veis, fechando-se para novos relacionamentos.

A psic?loga alerta: a dor ? maior, porque no geral, ningu?m nos prepara para perder. "N?s n?o aceitamos perder, assim como n?o aceitamos a morte." Qualquer ser humano, mesmo os que n?o t?m tend?ncias depressivas ou ansiedades sofrem com a perda, ? natural. O principal ? n?o ficar desesperado. Essa dor que parece que nunca vai acabar tem cura.

Dando a volta por cima
Ana (foto ao lado) acredita que, no caso de adultos que enfrentam dificuldades para aceitar perdas, o trabalho terap?utico pode ser a melhor sa?da. "Algumas pessoas n?o aceitam a perda de jeito nenhum. Nesse caso ? importante partir de uma auto-avalia??o."

Na an?lise, ela vai avaliar se ela realmente gosta muito daquilo que perdeu ou se apenas tem medo de ficar sozinha. Algumas pessoas criam uma rela??o de depend?ncia quase que f?sica. O tratamento ? um trabalho passo-a-passo, parecido com o que ? feito pelos Alc?olicos An?nimos e pelo grupo Mada.

"O primeiro passo, ? viver este luto at? o final. ? preciso sofrer, passar por esta fase, para sair inteiro da rela??o." Mas passado o baque inicial, vale de tudo para se recuperar. Fazer uma viagem, mudar o ambiente, substituir o que foi perdido. E a psic?loga chama a aten??o para duas atitudes chaves para a recupera??o: auto-estima e mudan?a de h?bito.

No caso de uma separa??o por exemplo, ? comum a pessoa sair com a auto-estima balan?ada, sentindo-se desvalorizada e rejeitada. ? preciso trabalhar no sentido de recuperar o amor-pr?prio, valorizar-se mais. Neste caso: fa?a o que for necess?rio, um novo corte de cabelo, um guarda roupa novo, sair com as amigas ...

E mudar a rotina tamb?m ? um boa sa?da. "A mudan?a de h?bito n?o cura a dor, mas ameniza e ajuda", afirma Ana. Para qu? conviver com tudo aquilo que te remete a pessoa amada. "Fa?a uma viagem, mude de casa, de bairro, de cidade se for necess?rio - e conveniente."

Tratamento preventivo
A psic?loga tamb?m lembra que o tratamento preventivo ? uma das melhores alternativas. Quanto mais preparada a pessoa estiver para perdas, menos traumatizante ser? a experi?ncia. "O ideal ? desde a inf?ncia come?ar a preparar as crian?as para as perdas?. Afinal de contas, essa ? uma situa??o que invariavelmente atinge a todos. Em algum momento de nossas vidas, vamos perder algo ou algu?m querido. Seja com uma separa??o ou at? mesmo uma morte.

E fica a dica para os pais. A melhor forma de fazer isso ? aprendendo a dizer n?o aos filhos e falando sempre a verdade. Se o cachorro do filho morreu, fale a verdade. "A partir da? essa crian?a come?a a assimilar esse sentimento e a se preparar para perdas futuras: a namorada, um amigo, os pais ..."

"Fiquei sem rumo,
sem saber o que fazer"

Para a fisoterapeuta, Tatiana Antunes, voltar ? rotina sem o noivo foi o pior da separa??o. Eles passavam a maior parte do tempo juntos e dividem o mesmo consult?rio, al?m de serem vizinhos.

Para ela, o contato e as conversas com o ex ajudam a superar a perda. Mas enquanto n?o for a todos os lugares que eles frequentavam juntos, sozinha, n?o vai conseguir superar por completo. "As pessoas ainda perguntam o que aconteceu, tenho que explicar que n?o estamos juntos (...) Tudo remete a ele".

Leia a hist?ria

"Foi como perder algu?m da fam?lia"

A aposentada Ednorah Carnot conta que sofreu muito com a perda da cadela Black Line, companheira de 13 anos. O animal teve que ser sacrificado por causa de uma doen?a degenerativa na coluna.

Mas a fam?lia n?o entregou os pontos e deu a volta por cima. Hoje ela tem mais dois cachorros e afirma. "Se um morrer, vou querer outro". Mas a antiga companheira tem lugar garantido junto ?s fotos da fam?lia.

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