Alunos do fundamental e médio protestam contra gestão do Instituto Granbery

Angeliza Lopes
Repórter
1/07/2016
foto

Dezenas de alunos do ensino fundamental e médio do Instituto Metodista Granbery saíram das salas de aulas na manhã desta sexta-feira, 1° de julho, para manifestarem com cartazes com dizeres '#A Rede não me representa' contra o atual modelo de gestão que gere a instituição. Outros dois diretores Acadêmicos da Faculdade e do Colégio e o coordenador de Gestão e Planejamento foram demitidos um dia depois do movimento intitulado Eia, Avante, Granberyens, na última quarta, 29, causando a comoção também dos alunos. Outro encontro de alunos, ex-alunos e funcionários está agendado para as 19h, desta sexta.

Organizado pelo Diretório Acadêmico Irineu Guimarães (DA), composto por estudantes da graduação e ensino médio, o movimento pretende travar um diálogo com a Rede Metodista de Ensino, por meio do diretor da Faculdade Metodista Granbery, Walker Soares do Nascimento, para mais esclarecimentos quanto as demissões sem justificativa, descumprimento dos compromissos financeiros com fornecedores e falta de melhorias estruturais. A ACESSA.com chegou a procurar o diretor nesta sexta, 1, para esclarecimentos sobre a situação, mas o mesmo estava de licença médica.

“Desde 2011 o Instituto passou a ter sua administração gerida pela Rede Metodista de Ensino. A primeiro momento muitas coisas boas aconteceram para o nosso crescimento, só que agora não está sendo tão interessante manter este vínculo, pois o Granbery é uma das poucas do grupo que ganha mais do que gasta com o funcionamento e esta renda não está sendo passada para o Instituto. Exemplos são o Fundo de Garantia dos servidores que está a quase um ano sem pagar e questões estruturais como a morosidade para a construção do ginásio poliesportivo”, destaca a integrante do DA, Gabriela Bretas.

Outro problema motivador dos protestos foram as levas de demissões iniciadas em fevereiro deste ano. Conforme um dos coordenadores gerais do DA, Luiz Felipe Dias, foi no início do ano que a Rede fortaleceu seu controle na área administrativa do Instituto Granbery e sem a conivência dos alunos e professores, iniciou as demissões em série de pessoas de extrema importância para a instituição. “No começo, os professores bloquearam um pouco de nós estes fatos, com demissões em hierarquias menores, mas vimos profissionais de muita qualidade sendo dispensados. Por isso, tememos que a qualidade de ensino caia”, afirma.

Ele destaca ainda que o DA está lutando para que o Granbery volte a ter maior autonomia financeira e de gestão. “Muitos pais estiveram na última reunião e se mostraram indignados com o que estava acontecendo e alguns disseram que nem sabem se vão conseguir fazer a rematrícula dos filhos. A diretoria diz que estamos passando por uma crise financeira, mas sabemos que somos os únicos da Rede que temos superávit e estão sendo contratadas pessoas para repor as que foram demitidas. Além disso, logo depois dos três funcionários se posicionarem abertamente contra a Rede, no manifesto de quarta, 29, foram demitidos no outro dia. Isso não seria uma retaliação?”.

O Instituto, que conta atualmente com cerca de 4 mil estudantes, vive momento de muito temor e incertezas. Estamos com sentimento de medo pelo que vai acontecer daqui para frente. Não sabemos o que será do nosso futuro”, destaca outro integrante do DA, Gabriel Carvalho. Com as demissões inesperadas faltam na instituição profissionais para a organização do processo seletivo da faculdade e alguns dos alunos, também do Diretório, não sabiam como seriam as provas finais, pois o profissional tinha sido demitido.

Resposta Granbery

A nota publicada no site do Instituto, assinada pelo presidente do Conselho Superior de Administração, Paulo Borges e pelo diretor geral, Robson Ramos, fala que o "Conselho Superior de Administração e a Direção Geral do Instituto Metodista Granbery vêm confirmar seu apoio à liderança da Faculdade Metodista Granbery quanto às medidas recentemente adotadas, que visam garantir a sustentabilidade e a qualidade do projeto político-pedagógico institucional da mesma.

Por se tratar de uma instituição filantrópica, vinculada à Igreja Metodista, o compromisso do Granbery extrapola interesses pessoais que lutam contra o diálogo e a compreensão mútua.

É preciso desconsiderar documentos anônimos publicados em redes sociais, cujo objetivo parece ser apenas o de desestabilizar os esforços adotados pelas instituições educacionais metodistas para atuarem de forma mais articulada em nível nacional, com ética e profissionalismo.

O Instituto Metodista Granbery tem recebido o apoio de vários setores para enfrentar o momento difícil da economia brasileira, seja por parte da comunidade interna, amigos e amigas do Granbery que residem em Juiz de Fora e outras cidades, granberyenses que por aqui deixaram suas marcas, bem como da Igreja Metodista.

Importante destacar que o Granbery continuará a sua brilhante e exitosa caminhada em favor do projeto educacional da Igreja Metodista, promovendo assim o seu fiel compromisso com os ensinamentos de Deus, com uma educação transformadora e com o processo de desenvolvimento de toda a região na qual ele se faz presente".

ACESSA.com - Alunos do fundamental e m?dio protestam contra gest?o do Instituto Granbery