SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A campeã de patinação artística Bridget Namiotka, que morreu aos 32 anos após anos lutando contra o uso de drogas como consequência direta de recorrentes abusos sexuais viveu boa parte da vida tentando sobreviver aos traumas sofridos. Natural da Pensilvânia, nos Estados Unidos, Bridget não demorou para se tornar uma das maiores promessas do esporte, mas teve a carreira interrompida drasticamente.
Morta no dia no dia 25 de julho, Bridget era filha de Steve e Maureen Namiotka e começou a aprender a patinar ainda em 1997 e a participar de competições locais em parceria com Alex Merritt, sua primeira dupla. Na sua primeira competição nacional, no Campeonato Americano de 2003, chamou atenção ao ficar em quinto lugar em duplas iniciantes.
Durante o auge da carreira, Bridget chegou a competir enquanto tinha que lidar com pancreatite, uma condição caracterizada pela inflamação do pâncreas. Ao longo da carreira, precisou ser tratada com fluidos intravenosos, medicação para dor e antibióticos.
Ela se juntou a John Coughlin no final de 2004 e juntos ganharam três medalhas no GP da ISU Junior, incluindo o ouro na Croácia. Ficaram em quarto lugar no Campeonato Mundial Júnior de 2006 e 2007 e anunciaram o fim de sua parceria em 3 de julho de 2007.
O que ninguém sabia, no entanto, era que por trás da parceria até então rápida e produtiva, Namiotka havia sido abusada sexualmente por dois anos pelo companheiro de dupla, entre os anos de 2004 e 2007 quando ela tinha entre 14 e 17 anos.
John Coughlin se suicidou no início de 2019, quando passou a ser investigado pela SafeSport, organização que monitora e apura casos de abuso e assédio sexual na equipe americana.
"Bridget morreu na luta contra as drogas depois de muitos anos de dificuldades lidando com o trauma do abuso sexual. Ela era uma linda criança e uma atleta incrível. Nós estamos com o coração partido", comunicaram os pais Steve e Maureen Namiotka ao confirmar a morte da filha, na sexta-feira (7).
Os pais da ex-patinadora disseram que a divulgação da morte foi feita para alertar sobre possíveis casos similares. "Nossa esperança é que a morte de Bridget atraia atenção aos efeitos terríveis dos abusos sexuais e da dependência química", finalizaram.
Em caso de violência, denuncie
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie. Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Também é possível realizar denúncias pelo número 180 -- Central de Atendimento à Mulher -- e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.
Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e através da página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.
Suicídio
Caso você esteja pensando em cometer suicídio, procure ajuda especializada como o CVV e os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) da sua cidade. O CVV (https://www.cvv.org.br/) funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados) pelo telefone 188, e também atende por e-mail, chat e pessoalmente. São mais de 120 postos de atendimento em todo o Brasil.
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