SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - As seleções africanas que chegaram às quartas de final na Copa do Mundo sofreram derrotas traumáticas.
Camarões tinha a vaga para as semifinais na mão em 1990. Vencia a Inglaterra e dominava. Mas atacou tanto, mesmo com a vantagem por 2 a 1, que tomou a virada em uma das partidas mais emocionantes da história do torneio.
Gana teve um gol evitado pela mão de Luis Suárez em cima da linha no último lance contra o Uruguai, em 2010. Asamoah Gyan desperdiçou o pênalti, e os uruguaios se classificaram na disputa de cobranças da marca penal.
E há a história de Senegal, com eliminação diante da Turquia na prorrogação, em 2002, na competição sediada por Coreia do Sul e Japão. Foi o último gol anotado em morte súbita no torneio -o sistema foi abolido quatro anos depois, em 2006.
A seleção africana participa pela terceira vez do torneio. E espera ter sucesso na tentativa em que falhou em 2018: passar pela primeira fase.
"Quando estamos juntos, Senegal ganha. O futebol é o barômetro hoje em dia para a sociedade senegalesa. As pessoas nos veem jogar e ficam orgulhosas por serem senegalesas, orgulhosas por serem africanas", afirma o técnico Aliou Cissé.
Ele já viveu os bons e os maus momentos do futebol nacional e em um curto espaço de tempo. Capitão do time que chegou às quartas em 2002, meses antes havia perdido pênalti na final da Copa Africana de Nações, lance que deu a Camarões o título e impediu Senegal de obter sua primeira conquista de expressão. Algo que só ocorreu neste ano.
Volante e zagueiro com passagens por Paris Saint-Germain, na França, e Birmingham, na Inglaterra, Cissé foi o treinador de Senegal no Mundial de 2018, eliminado pelo critério do "fair play". Terminou empatado em pontos, saldo de gols, número de vitórias e confronto direto com o Japão. Caiu porque recebeu mais cartões amarelos que o rival asiático.
"Temos jogadores experientes, que sabem do que se trata um torneio como a Copa do Mundo. Podemos ir mais longe", diz Cissé.
A principal peça é Sadio Mané. Campeão inglês e europeu com o Liverpool, ele se tornou em pouco tempo um dos principais nomes do Bayern de Munique (ALE). Na última temporada, quando ainda estava na equipe britânica, ela terminou o Campeonato Inglês em segundo lugar. Atualmente, está em 11º.
Na última partida das Eliminatórias africanas, a vaga foi decidida entre Senegal e Egito. Mané enfrentou seu amigo e então companheiro de clube, Mohamed Salah. Depois de vencer (nos pênaltis), o astro senegalês mandou mensagem para o colega lamentando que apenas um deles iria para o Mundial.
A ausência de Salah será sentida pela organização da Copa. Ele é o maior ídolo do futebol no Qatar.
Mané é o principal nome de Senegal, mas não o único conhecido. Também estão na equipe o zagueiro Kalidou Koulibaly (Chelsea-ING) e o volante Idrissa Gane Gueye (Everton-ING).
Pode soar contraditório, mas a seleção que possui um dos atacantes mais cobiçados do futebol mundial tem na defesa um dos seus pontos fortes. Na última Copa Africana de Nações, Senegal teve cinco partidas sem sofrer gols. Cissé privilegia o sistema 4-3-3 em que Mané também cumpre uma função que o Liverpool tem sentido falta na atual temporada: volta para acompanhar o lateral adversário e é arma mortal no contra-ataque.
Na estreia, ele deve travar um dos duelos mais esperados da primeira fase da Copa do Mundo contra o zagueiro holandês (e seu ex-companheiro de time) Virgil van Dijk.
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