SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Vivendo ótima fase no comando do Inter, vice-líder do Campeonato Brasileiro, Mano Menezes avaliou que sua passagem pela seleção brasileira poderia ter sido melhor se fosse em outro momento. O técnico gaúcho entende que chegou "muito rápido" ao cargo de treinador do selecionado nacional - a passagem de Mano durou pouco mais de dois anos, entre 2010 e 2012.
Na opinião de Mano Menezes, o convite era irrecusável, mas poderia ter chegado em outra época de sua carreira, quando ele tivesse mais "lastro".
"Eu penso que cheguei muito rápido na seleção brasileira. Mas também penso que você não diz 'não' para convites como esse. É como chegar em um clube grande. Você não pode dizer: 'acho que não estou preparado'. você pode até rezar para não receber o convite na hora que você não achar adequado, mas quando você receber, tem que ir. A seleção brasileira da mesma maneira", afirmou Mano Menezes em entrevista ao canal Duda Garbi, no YouTube.
"Não é nem pela experiência, mas pelo lastro que você constrói como treinador, e as pessoas não questionarem por qualquer dificuldade. Eu penso que se sustenta melhor. Não é fácil estar na seleção. Você está dirigindo a seleção mais vencedora de todas, a maior referência em termos de futebol. Você não pode estar lá e ser questionado por qualquer coisa. As pessoas têm que entender que você venceu para estar lá", complementou o treinador.
Mano Menezes opinou ainda que Muricy Ramalho, que recusou o convite da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) na época, estava em um momento mais adequado para comandar a seleção brasileira, já que havia sido tricampeão brasileiro com o São Paulo.
O treinador do Inter ainda citou o trabalho de Tite como um exemplo positivo. Mano Menezes avalia que o atual treinador da seleção brasileira construiu um grande lastro antes de chegar ao comando do Brasil.
"A pressão sim [já tinha enfrentado], mas vou usar como exemplo um treinador que vivia um momento espetacular na época: o Muricy Ramalho. No mesmo período [em que eu treinei Grêmio e Corinthians], ele foi tricampeão brasileiro com o São Paulo. Ser tricampeão seguido dá um lastro maior para a seleção. Tanto que ele foi convidado antes. E não aceitou por circunstâncias. São pequenas diferenças, mas importantes, para ter o lastro", acrescentou Mano.
"Outro exemplo: o Tite. Quando ele foi para a seleção brasileira, ele era campeão brasileiro, campeão da Libertadores e campeão do mundo com o Corinthians. São referências mais significativas para estar na seleção brasileira", finalizou.
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