SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Dinamarca está acostumada a ser uma seleção cult, a contar com o apoio de torcedores neutros. Assim como se habituou a ser apontada como o time que "pode chegar". Aquela zebra que tem condições de ir mais longe do que se espera. Mesmo que nem sempre isso aconteça.
O cenário vai se repetir na Copa do Mundo do Qatar.
Ser um país de população pequena (cerca de seis milhões de pessoas) e conhecido pela torcida alegre já desperta simpatia. Mas a equipe vai desembarcar em Doha carregando na bagagem a história de Christian Eriksen para cativar ainda mais fãs.
O principal nome do futebol do país teve uma parada cardíaca em campo durante partida da Eurocopa do ano passado, contra a Finlândia. Esteve morto por cinco minutos, até ser ressuscitado pelos paramédicos. Sem ele, a Dinamarca foi a grande história do torneio, eliminada apenas na semifinal pela Inglaterra, em um pênalti duvidosíssimo na prorrogação.
Eriksen ficou 259 dias afastado do futebol até estrear pelo Brentford, do Campeonato Inglês. É um dos melhores jogadores atuais do também inglês Manchester United.
Desde então, o time teve boas campanhas (chegou às quartas de final em 1998) e outras sofríveis (caiu na primeira fase em 2010). Houve ocasiões em que os jogadores voltaram para casa com o pensamento do "e se...". Em 2018, na Rússia, fez as oitavas contra a Croácia. Foi melhor do que o rival durante boa parte do jogo, mas perdeu nos pênaltis.
Os croatas avançariam em seguida à final do Mundial.
A Dinamarca chega à Copa do Mundo de 2022 na esteira de bons resultados. Além da semifinal na Eurocopa, obteve a vaga para o Mundial com nove vitórias em dez jogos. Na Liga das Nações, venceu a França (seu adversário no Qatar) em Paris e Copenhague.
"É ótimo [ser visto como zebra] porque significa que estamos fazendo algo certo. Para mim, melhor do que isso só se dissessem que somos um dos favoritos. Não acho que somos melhores que os outros, mas sabemos que temos um bom time e podemos competir contra qualquer um", disse à Fifa o técnico Kasper Hjulmand.
Hjulmand consegue, na seleção, tirar o máximo de jogadores que não mostram o mesmo futebol por suas equipes. Como são os casos do meia Mikkel Damsgaard (Sampdoria-ITA) e do atacante Martin Braithwaite (Espanyol-ESP). Também obteve uma coesão defensiva com as presenças dos zagueiros Simon Kjaer (Milan-ITA) e Andres Christensen (Barcelona-ESP) e do volante Pierre-Emile Hojbjerg (Tottenham Hotspur-ING).
Será a segunda Copa consecutiva disputada pela Dinamarca, algo que só ocorreu anteriormente na sequência 1998/2002.
Quando foi derrotada pelo Brasil nas quartas de final do torneio na França, a seleção europeia tinha como capitão o goleiro Peter Schmeichel, pai de Kasper Schmeichel, atual dono da camisa 1.
A Copa do Mundo no Qatar ocorre 30 anos após Schmeichel pai liderar o país à maior conquista de sua história: o título da Eurocopa de 1992.
A Dinamarca está no Grupo D e estreia contra a Tunísia, em 22 de novembro. França e Austrália completam a chave.
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