SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um dos grandes méritos do técnico Dorival Júnior na campanha vitoriosa do Flamengo na Copa Libertadores foi encontrar uma maneira de colocar Gabriel Barbosa, o Gabigol, e Pedro juntos no ataque rubro-negro.
Enquanto o camisa 9 sempre foi titular incontestável, Pedro amargou a reserva com os diferentes técnicos que passaram pela Gávea desde sua chegada ao clube, em 2020, na reta final da passagem do português Jorge Jesus. Até teve maior rodagem com Domènec Torrent, mas somente durante um período no qual Gabigol se recuperava de lesão.
Quando Dorival acertou seu retorno ao Flamengo, em junho, umas das primeiras coisas que externou foi o seu desejo de encaixar um ataque formado pela dupla.
"Tive Gabriel no Santos com Ricardo Oliveira. Por que não com o Pedro?", questionou, então, o treinador.
A insistência do técnico deu certo. Em parte, a oportunidade ao camisa 21 apareceu com a lesão do titular Bruno Henrique. Mas desde sua entrada no time titular Pedro comprovou a expectativa do comandante.
Na Libertadores, a dupla acumulou mais da metade dos gols do time, sendo Pedro o artilheiro do torneio, com 12 gols. Gabigol é o vice-artilheiro do time, ficou com seis agora, ao marcar nesta final.
Considerando toda a temporada, o Gabigol disputou 67 jogos e fez 31 gols. Pedro também balançou a rede 30 vezes, mas em menos jogos, 59.
"Quando surgiu a oportunidade, ele [Pedro] estava preparado. Acho que essa é a diferença: o jogador ter a consciência de que em algum momento ele vai ter oportunidade", elogiou Dorival.
A dinâmica entre os dois funcionou, sobretudo, por dois fatores.
Primeiro, Pedro foi o escolhido para ficar mais adiantado, numa posição em que também pode ajudar a marcação, dando o primeiro combate.
Segundo, o técnico posicionou Éverton Ribeiro pela direita, deixou Arrascaeta livre para flutuar no meio de campo, além de permitir que Gabigol pudesse trocar de posição livremente na frente, como uma forma de confundir os marcadores.
Com isso, Dorival conseguiu escalar a dupla de atacantes sem perder força no meio de campo e na defesa. Foi assim que ele forjou Pedro como o artilheiro e fez Gabigol ser mais solidário. Além dos gols, o camisa 9 passou a dar mais assistências com o treinador. Na Libertadores foram três.
Ao longo do mata-mata, os dois não perdoaram nenhum dos rivais da equipe e deixaram suas marcas em todas as fases do eliminatório a caminho da decisão.
Pedro chegou a marcar quatro vezes num mesmo jogo, contra o Tolima (Colômbia), no 7 a 1 da partida de volta pelas oitavas de final. Depois, fez mais um contra o Corinthians nas quartas de final e voltou a balançar a rede quatro vezes nos duelos com o Vélez Sarsfield (Argentina) na semifinal.
Gabigol também marcou contra Tolima e Corinthians e, diante dos argentinos, deu uma assistência.
Não à toa, Pedro chamou a atenção do técnico Tite. O treinador da seleção brasileira cedeu à campanha feita pelo jogador do Flamengo e passou a lhe dar oportunidades.
O camisa 21 rubro-negro fez parte do grupo nas últimas datas Fifa para amistosos, em setembro. Contra Gana, ficou no banco de reservas. Diante da Tunísia, entrou no segundo tempo e fez o último da goleada por 5 a 1.
Saiu de campo ainda mais cotado para integrar a delegação brasileira na Copa do Mundo no Qatar.
Para os flamenguistas, depois dos títulos da Copa do Brasil e da Copa Libertadores, a dupla de ataque do time rubro-negro já provou que poderá ser uma importante arma para o Brasil no maior palco do futebol mundial.
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