SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Herói do Palmeiras na Libertadores de 2021, o atacante Deyverson participou da transmissão do duelo entre Espanha e Alemanha -que terminou empatado em 1 a 1- pelo SporTV e pelo GloboPlay. O confronto foi válido pela segunda rodada do Grupo E da Copa do Mundo do Qatar.
Ao longo do jogo, o jogador do Cuiabá brincou sobre o gol da final continental, saiu em defesa de Neymar e contou histórias envolvendo o técnico Luis Enrique e o defensor Rüdiger, que estavam participando do confronto.
Deyverson esteve ao lado de Tiago Leifert, do técnico Lisca, da comentarista de arbitragem Fernanda Colombo e do comentarista estatístico Thomaz Freitas.
Coincidentemente, Deyverson falou sobre o gol marcado na final da Libertadores, contra o Flamengo, em jogo que aconteceu há um ano. O comentário aconteceu no pré-jogo, quando mostravam os gols dos outros jogos.
Ao aparecer o último gol da Croácia na vitória por 4 a 1 sobre o Canadá, quando Orsic saiu cara a cara com Borjan e optou por rolar para Majer, o atacante brincou com o fato de chutar ou não em uma situação como essa.
"Pior que eu ia [perder um gol desse]. Do fundo do meu coração, na final, quando peguei a bola e olhei, vi o Wesley longe e o Rodrigo Caio [zagueiro do Flamengo] muito perto. Pensei: 'se fizer, sou o cara, se perder, estou morto'. E o Wesley não chegava... Aí, chutei", disse, arrancando risos dos presentes.
Antes de a bola rolar, a lesão de Neymar foi colocada à mesa. Chamado à conversa, o atacante defendeu o camisa 10 e fez críticas e quem celebrou o fato dele estar fora das próximas partidas.
"Sempre falo nas minhas entrevistas que somos serem humanos, temos família, filho, pai, mãe. Isso atinge mais a eles que a gente. Mas tenho certeza que o Neymar pode se sentir abraçado. Acho que as pessoas que fazem isso são pessoas frustradas por tudo que ele ganhou com a idade que ele tem. Falei que sou fã dele, não mudo minha opinião. Com todo respeito a todos os jogadores da seleção, é o que leva a seleção nas costas", afirmou.
"Quando ele entra em campo, é respeitado. Não podemos ver o Neymar como nosso inimigo, é nosso amigo, nosso irmão, está jogando na nossa seleção, levando o nome do país para todo lugar. Neymar faz isso, é como o Messi na Argentina, idolatrado, Cristiano Ronaldo idolatrado, e o Neymar aqui as pessoas torcem para torcer o tornozelo, cair e quebrar uma perna. Não pode fazer isso. Grande carreira, grandes títulos, carreira maravilhosa. A mim, me dói porque sou fã dele. Isso é inveja das pessoas", completou.
Após falar sobre Neymar, Deyverson foi questionado sobre quem escalaria para as vagas do camisa 10 e de Danilo. "Colocaria Daniel Alves, Fred e o Paquetá de [camisa] 10".
Em certo momento da transmissão, o técnico Lisca fez elogios a Deyverson e falou que, quando enfrentou o Cuiabá no Campeonato Brasileiro, o atacante não "saiu do prumo".
"Vou te falar, de coração, [o comportamento] estava afetando a minha esposa. Não estava sendo maneiro. Tive de focar. Agora, sou pai de família, tive de mudar o pensamento, carrego um escudo no peito", salientou.
Logo depois, Leifert, que recentemente se declarou torcedor do São Paulo, mandou. "Ouviu, [Rogério] Ceni? Traz alguém para resolver".
Deyverson já esteve no futebol espanhol, onde defendeu Levante, Alavés e Getafe. Em 2017, quando estava no Alavés, disputou a final da Copa do Rey contra o Barcelona, então comandado por Luis Enrique, hoje técnico da Espanha.
"Fui cumprimentar e ele disse: 'Quem dera ter um jogador como você, joga para a equipe'. Nem fala um negócio desses, não fala isso para mim. Baita treinador e me fala um negócio desse, está louco", contou.
Na ocasião, o treinador já havia feito elogios ao brasileiro, em declaração que ganhou destaque por aqui. "Deyverson é um dos atacantes complicados do futebol espanhol por seu nível técnico e também pelo físico. É muito bom no jogo aéreo, um lutador nato, continua as jogadas que cria para seu time na segunda bola. Chega muito bem na conclusão, é muito rápido na transição. É um jogador completo", afirmou, antes daquela decisão.
O atacante do Cuiabá também já vestiu a camisa do FC Köln, da Alemanha. Questionado se havia feito gol em Manuel Neuer, lembrou uma curiosa passagem.
"Nunca fiz, mas tenho vontade. Meu primeiro jogo contra ele não consegui jogar, era muito frio. Coloquei um vick [vaporub, pomada] no pé para esquentar. Ficou roxo. Entrei e pedi para sair. Não estava acostumado, muito frio. Entrei no final do primeiro tempo e, no segundo, pedi para sair", lembrou.
Aos 29 do primeiro tempo, Rüdiger tentou o chute e mandou por cima da meta. Deyverson, então, contou que o zagueiro é "resenha" e tentou uma conversa após a final do Mundial de Clubes de 2021. À época, o atacante estava no Palmeiras e o zagueiro no Chelsea, da Inglaterra:
"Se faz uma dessa... Não vai isso, futebol não aceita", brincou, sobre a tentativa de finalização. "Mas muito bom jogador, gente boa. Na final do Mundial, peguei a camisa dele. Era o cara mais resenha, estava toda hora com a taça, dançando, dando risada. Tentou falar um pouco de português comigo, até porque inglês não dá, não. Abaixo de zero".
Nos minutos finais, houve uma disputa de bola pelo alto em que "sobrou" um cotovelo. Fernanda Colombo, após analisar a jogada, falou, de forma bem-humorada: "Se fosse o Deyverson nessa bola".
O atacante, rapidamente, emendou: "tem toda razão, não foi falar nada. Se fosse eu, esquece. Tem uma jogada minha contra o Atlético-MG...", e acabou interrompido por Leifert por conta de um lance de ataque da Alemanha.
Após o apito final, Leifert chamou as entrevistas de saída de campo e falou: 'Com tradução de Deyvinho', o que fez a equipe dar risadas.
No fim da transmissão, Deyverson agradeceu o convite e brincou dizendo que vai até procurar se aperfeiçoar na função.
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